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Programa de reintrodução de abelhas nativas propõe conservação ambiental e geração de renda

por Rudimar Galvan
Até o momento, 22 colônias de abelhas sem ferrão foram instaladas, contribuindo para a conservação de oito espécies ameaçadas.
Foto: Divulgação/CPFL

Manter o ecossistema, o desenvolvimento sustentável e gerar renda são atributos da conservação de abelhas nativas sem ferrão que beneficia dezenas de famílias no Litoral Norte e médio do Rio Grande do Sul. A Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) apoia projetos como o programa Meliponicultura, que prevê o manejo e a conservação de abelhas sem ferrão, desenvolvido pela Associação Ação Nascente Maquiné (Anama) com investimento do Grupo CPFL Energia.

Com investimento de R$ 491 mil provenientes do subcrédito social do  Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – Linha ISE, que é uma linha de crédito com objetivo de promover o desenvolvimento social e ambiental, o Grupo CPFL optou por apoiar a Meniponicultura por meio de cursos preparatórios, principalmente pela sua importância socioambiental, integrando comunidades e ecossistemas.

O projeto começou em julho de 2018 com oficinas, palestras e seminários em Maquiné, Osório, Santo Antônio da Patrulha, Itati, Três Forquilhas, Mostardas, Tavares, Palmares do Sul e Viamão. A prioridade foi fomentar o programa com quilombolas, pescadores e agricultores. No Litoral Norte, o foco foi fortalecer as famílias que já trabalhavam com Meliponicultura.

As cidades selecionadas estão inseridas em um contexto de rica biodiversidade nativa, potencial econômico por meio de frutos (butiá, araçá, pitanga, araticum entre outros), valor ornamental (orquídeas e bromélias) e medicinal, e grande número de comunidades tradicionais.

Até o momento, 22 colônias de abelhas sem ferrão foram instaladas, contribuindo para a conservação de oito espécies ameaçadas: jataí (Tetragonisca angustula), tubuna (Scaptotrigona bipunctata), canudo (Scaptotrigona depilis), mandaçaia (Melipona quadrifasciata), guaraipo (Melipona bicolor), manduri (Melipona obscurior), mirim droriana (Plebeia droryana) e mirim nigriceps (Plebeia droryana).

De acordo com a coordenadora do projeto pela Anama, Letícia Troian, as abelhas ajudam a manter o ecossistema, preservando a reprodução de muitas espécies, além de beneficiar as famílias com a geração de renda de forma indireta. “A comunidade pode rentabilizar a comercialização de colônias, do mel, do pólen e das caixas racionais, onde as colônias são criadas, além de fomentar o turismo regional. O desenvolvimento social vai além da questão da renda, pois reintegra os trabalhadores, apresentando mais uma fonte de trabalho”, acrescenta.

De acordo com a equipe da CPFL, o projeto termina em dezembro de 2020, no entanto, o grupo pretende retornar aos municípios para colher indicadores e verificar a efetividade e o impacto positivo para os próximos cinco anos.

Como funciona o projeto

A Anama oferece curso gratuito de criação de abelhas nativas sem ferrão. Os alunos que completarem 80% de participação e tiverem bom aproveitamento, recebem uma caixa racional com abelhas sem ferrão, que deve ser instalada em local próprio para o desenvolvimento, com vegetação no entorno. O apoio técnico realiza visitas periódicas durante um ano, ensinando e direcionando os criadores para que tenham condições de realizar o manejo de forma autônoma.

A importância das abelhas

Neste sábado (3/10), é comemorado o Dia Nacional das Abelhas. Elas têm papel fundamental na polinização. Transportam o grão de pólen que se encontra na parte masculina da planta (antera) até a parte feminina (estigma). Em algumas espécies esse transporte é feito tanto por animais, como pelo vento. As abelhas são 87% do total de polinizadores, fundamentais para manter a reprodução e equilíbrio de muitas espécies como morangos, caju, café, tomate, maracujá, laranja, maça, melão etc.

De acordo com os dados do Departamento de Defesa Agropecuária do Rio Grande do Sul (DDA), de 2015 a 2018, investigações comprovaram que 90% das mortes de abelhas foram resultado da intoxicação por agrotóxicos. O resultado é o comprometimento da polinização de plantas e o desequilíbrio da produção agrícola.

Secretaria estimula regularização de meliponários

Mesmo não sendo obrigatório para todos os meliponicultores, a Sema orienta que criadores solicitem a Autorização de Manejo. O pedido é feito via Sistema Online de Licenciamento Ambiental (SOL) de forma simples, rápida e sem custo.

O conhecimento do número de meliponicultores, espécies criadas e localização dos empreendimentos possibilita a viabilização de estudos para o desenvolvimento de políticas públicas. Entre os principais benefícios, estão o incentivo e o desenvolvimento da produção e da produtividade, promoção e estímulo da pesquisa para o desenvolvimento de novas tecnologias de manejo de polinizadores, aumento de valor agregado e manutenção da biodiversidade no contexto da agricultura sustentável.

Central de Conteúdo Unidade Tua Rádio Cacique

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