Privatização da Corsan pode gerar prejuízo a pequenos municípios, segundo AECO
Baixar ÁudioAssembleia Legislativa retoma debate sobre privatização da Corsan nesta semana. Conforme dados da AECO, Corsan apresenta lucro líquido em torno de R$ 300 milhões por ano, dos quais 25% vão para o caixa do RS, cerca de R$ 70 milhões por ano.
O Estado do Rio Grande do Sul abrirá mão de R$ 4 bilhões em investimentos diretos no saneamento com a privatização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), pretendida pelo Governo Eduardo Leite. O valor estimado com a venda da estatal poderia ser captado no mercado por meio de Parcerias Público-privadas (PPPs) e investido diretamente no tratamento de esgoto, segundo a Associação dos Engenheiros da Corsan (AECO). De acordo com a entidade, caso a privatização se concretize, esse mesmo valor irá para o caixa Tesouro do Estado e não para o saneamento.
Conforme dados da AECO, a Corsan apresenta um lucro líquido em torno de R$ 300 milhões por ano, dos quais 25% vão para o caixa do RS, cerca de R$ 70 milhões por ano.
A conta a que se refere o dirigente leva em consideração que apenas 70 municípios são viáveis economicamente para uma Corsan privada. Isto é, são cidades que possuem consumidores suficientes para suportar uma tarifa adequada e garantir a taxa de retorno para o investimento. Assim, mais de 250 municípios poderão ficar sem atendimento de saneamento caso a Corsan seja privatizada, pois simplesmente não é viável economicamente diante do investimento necessário.
A Corsan, atualmente, atende dois terços dos municípios do Rio Grande do Sul, totalizando 317 cidades. Desses, pouco mais de 20% geram retorno financeiro e, por isso, através do subsídio cruzado concentrado na Corsan (pública) sustentam o serviço de saneamento em cidades menores.
Ouça a entrevista com o diretor da Associação dos Engenheiros da Corsan (AECO), Eduardo Barbosa Carvalho.
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