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1º Fórum Gaúcho do Mormo: diagnóstico e prevenção no combate à zoonose

por Rudimar Galvan

Poder público, academia e setor produtivo estiveram reunidos para definir estratégias de prevenção à zoonose

Debate reuniu toda a região
Foto: Assessoria UPF

Desde junho, quando foi detectado o primeiro caso, o mormo tem sido uma das preocupações no estado do Rio Grande do Sul. Já em outubro, após a detecção do 15º caso, a doença tem sido tema de pesquisa e de dúvidas por parte dos proprietários de equídeos, animais que registram ocorrência da zoonose. Com o objetivo de definir estratégias de prevenção e discutir cientificamente a doença, a Universidade de Passo Fundo (UPF) realizou, nesta quinta-feira, dia 8 de outubro, o 1º Fórum Gaúcho do Mormo. O evento reuniu veterinários, especialistas do setor, produtores, comunidade científica e acadêmica, para debater o tema junto ao poder público.

O mormo é uma doença infectocontagiosa que não tem cura e atinge especialmente os equídeos. Por se tratar de uma zoonose, a doença pode ser transmitida para humanos, mas também atinge outras espécies animais, como cães, pequenos ruminantes e felinos. A biografia sobre a doença ainda é insuficiente e há pesquisas que apontam que, na década de 1990, mais de 400 animais morreram na Zona da Mata no Nordeste brasileiro vitimizados pelo mormo e, desde 2000, a zoonose avançou para o sul e o oeste. A doença entrou no Rio Grande do Sul na metade do primeiro semestre deste ano e, a partir de então, exigências sanitárias foram estabelecidas, impactando em feiras e exposições, mercado e trânsito de animais.

Presente na solenidade, o reitor da UPF José Carlos Carles de Souza destacou o protagonismo da Instituição em reunir o setor produtivo para debater o tema e para conscientizar a comunidade gaúcha sobre a zoonose. “A Universidade vai desenvolver pesquisa e diagnóstico para o mormo. Comprometida com o controle e a erradicação da zoonose em nosso estado, está preparando um laboratório específico para a prestação de serviços nessa área”, salientou.

Laboratório de detecção

A UPF tem o Laboratório de Diagnóstico de Anemia Infecciosa Equina, que é credenciado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária e acreditado pelo Inmetro para o exame de anemia e está recebendo novos equipamentos para ter o serviço ampliado, contemplando a detecção de mormo. Atualmente, as amostras de sangue são coletadas aqui e os testes de mormo são encaminhados para um laboratório em São Paulo. Coordenador do laboratório, o professor do curso de Medicina Veterinária, Luiz Carlos Kreutz, explica que estão sendo adquiridos os reagentes para os testes e os equipamentos necessários para oferecer o serviço. “Assim que chegarem esses reagentes, vamos iniciar o treinamento da técnica dentro do laboratório”, comenta.

Pedidos liminares

Do ponto de vista jurídico, o 1º Promotor de Justiça Especializada do Ministério Público de Passo Fundo, Paulo Cirne, explica que as implicações sobre a doença estão em pedidos liminares em ações judiciais feitas por proprietários que buscam evitar que animais venham a ser sacrificados. “A alegação principal é o risco de o diagnóstico não estar correto e  de que o animal não esteja realmente com a doença e venha a ser sacrificado de forma indevida”, informa.

Segundo Cirne, algumas liminares têm sido concedidas e, sob ponto de vista técnico, essa questão precisa ser debatida. “Há necessidade de municiar os juízes com informações. Verifica-se a importância de que o diagnóstico seja correto e inquestionável e, na hipótese da liminar ser deferida e o animal permanecer vivo por algum tempo, aguardar um novo exame, para depois ser sacrificado. É importante definir critérios técnicos de como deve permanecer, onde e como deverá ser tratado, para evitar risco de contaminação a outros animais e ao ser humano.

Fórum do Mormo

 

A solenidade de abertura contou com a presença do vice-presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul José Arthur Martins; do diretor da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAMV) professor Hélio Rocha; do coordenador do curso de Medicina Veterinária da UPF professor Eraldo Zanella; do representante do Executivo municipal Edson Nunes; do representante da Câmara Municipal de Vereadores Alex Necker; do presidente da Associação dos Médicos Veterinários do Planalto Mauro Moreira; do Tenente Coronel Fernando Carlos Bicca, comandante do 3º RPMon; do presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho Manoelito Savaris; da coordenadora da 7ª Região Tradicionalista Gilda Galeazzi; dos representantes do Núcleo de Criadores de Cavalo Crioulo José Ronald Bertagnolli, Tiago Orlando e Fernando Tonet; do representante da Secretaria de Agricultura e Pecuária Amadeo Oliveira; do representante da Sociedade de Veterinária do RS (Sovergs) João Pereira Jr.; e do presidente do DAFAV Flávio Mariotti.

 

 

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