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Setembro Verde: Seja um doador de órgãos

por Rudimar Galvan

Mês de setembor também foca nesta importante atitude

Elio se recupera do transplante de fígado realizado no dia 18 de setembro.
Foto: Assessoria de Comunicação HSVP/Scheila Zang

Com a família sempre conversamos com os mais variados assuntos. É na família muitas vezes que achamos espaços para confidenciar assuntos ou trocar opiniões. Notícias boas ou mesmo “jogar conversa fora”, mas, e sobre doação de órgãos, você já falou com sua família?

É fundamental tomar essa decisão em vida e comunicar seus entes, pois são eles que decidem ou não pela doação, caso você se torne um potencial doador. A Doação de Órgãos é um gesto de empatia, amor ao próxima e solidariedade. Quando o sim pela doação acontece, há a continuidade da vida e possibilidades de novos destinos para quem está na fila de espera por um transplante. Em 2020, a pandemia que afetou a vida de todos, também impactou a doação e transplantes. A falta de vagas nas UTI’s dificultou os transplantes e no caso de Passo Fundo, a demora nos resultados dos exames da COVID-19, nos potenciais doadores diminuiu o número de doações.

“Como havia o risco de os pacientes doadores transmitirem a doença para os receptores, o teste era necessário. Com a grande demanda de exames, isso demorava e acabava impossibilitando a doação. Com os testes sendo realizados na cidade, temos a possibilidade de retomar as doações”, explica o coordenador da Organização Por Procura de Órgãos – OPO4RS, Dr. Cassiano Crusius, informando os dados sobre doação até o momento. “Ao todo, contabilizamos 30 Protocolos de Morte Encefálica no HSVP, sendo que três doações se efetivaram, contabilizando, 1 pulmão, 2 fígados, 6 rins, 4 córneas, 1 segmento ósseo”.

A Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) e a OPO4-RS são as equipes responsáveis pelo suporte à família de doadores e aos transplantados. Estes setores encaminham pacientes para lista de espera, organizam a documentação de liberação para que a doação seja efetivada, comunicam ao paciente que receberá a doação e acompanham todo o procedimento desde a chegada do doador até a realização do transplante de órgão. “Estamos nos adaptando e reaprendendo alguns processos em função da pandemia, mas estamos vencendo, virando o jogo nesta batalha da doação e transplantes em tempos de COVID-19. Agora, nós reafirmamos a nossa campanha permanente, a importância de conversar com a família, de explicar e falar sobre doação de órgãos”.

Em relação ao processo da doação, sabe-se que ainda há muitos mitos e tabus, mas o especialista reforça, que há uma grande equipe de trabalho envolvida e os procedimentos e etapas são seguros. “O processo de diagnóstico de morte cerebral é extremamente seguro, feito por no mínimo três profissionais médicos diferentes, onde os três devem achar o mesmo resultado em três tempos diferentes. Isso, nos dá uma segurança em dizer que quando o diagnóstico de morte cerebral é feito, não há dúvida nenhuma”, reforça Dr. Cassiano.

Uma decisão tomada em vida

A família tem um papel fundamental na doação de órgãos, pois é ela quem autoriza ou não, a retirada dos órgãos dos familiares. Conversar sobre o assunto e deixar clara a decisão, torna mais fácil e tranquila a decisão para a família. “Geralmente o processo de morte encefálica acontece de forma repentina para a família e como muitas vezes eles não sabem a vontade do familiar, acabam não realizando a doação. Outro fator é em relação há dúvidas e receios, por isso, é fundamental que as pessoas falem e pesquisem sobre o assunto”, enfatiza a enfermeira da (OPO4RS) do HSVP, Fabiana Dal Conte, enaltecendo que a família do doador recebe todo o amparo e acompanhamento multiprofissional durante todo o processo. “A doação é um ato de amor ao próximo. A conscientização da população em relação à doação de órgãos é vital para melhorar a realidade dos transplantes no Brasil”.

Renascimento

O sim para a doação e o gesto de amor em meio a dor de uma família, possibilitou que Elio Jungbeck, 65 anos, de Panambi, tivesse uma nova chance de vida. Devido a Cirrose e um Hepatocarcinoma descobertos há dois anos, ele precisou de um transplante de fígado. Há quase um ano, ele entrou na fila de espera. Com a pandemia da COVID-19, Elio achou que o órgão demoraria ainda mais para chegar, mas felizmente, no dia 18 de setembro, ele pode realizar o transplante e ganhar uma nova chance de vida. “Depois do procedimento a vontade de viver é maior, a ânsia de aproveitar e levar uma vida com mais qualidade é grande, é como se tivesse nascido de novo. Isso só foi possível graças a sensibilidade da família que autorizou a doação. Sou muito agradecido por este gesto”, relata o paciente.  

Elio além de agradecer deixa um recado importante para todos. “Se reúnam em casa, pensam e tomem a decisão pela doação, para que outras pessoas tenham condições de viver mais. Não precisa levar os órgãos junto depois da morte, vidas podem ser salvas. É um gesto humanidade, ainda mais nesse mundo em que se tem muito egoísmo”. 

Decisão que muda destinos

A campanha permanente de Doação de Órgãos e Tecidos, do HSVP traz a flor dente de leão, como símbolo da renovação, já que, depois de florescer e secar, a planta distribui suas sementes ao vento, para que novas plantas surjam em outros lugares.

A atitude de deixar ir estas sementes simboliza o sim para a doação, quando, coração, pulmões, fígado, pâncreas, intestino, rins, córnea, valvas cardíacas, pele, ossos e tendões podem ser retirados e um único doador pode salvar inúmeras vidas, que estão na fila de espera por um transplante.

Para quem recebe, a atitude muda destinos. Uma família pode ser formada, um jovem pode concluir seus estudos, uma mulher pode casar e tantas outras histórias surgem a partir do gesto, assim como semente lançada na terra que se multiplica.

Com a frase “Não deixe cair por terra o que pode alçar novos voos. Sua decisão muda destinos”, a nova campanha quer disseminar e incentivar essa causa tão nobre.

Assessoria de Comunicação HSVP

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