A Coordenação da Procuradoria Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor de Guaporé (Procon), sob responsabilidade de Rafael Ostemberg, prossegue com o trabalho de fiscalização para analisar se houve abuso de poder econômico por parte das seis abastecedoras do município no reajuste aos valores dos combustíveis, em especial da gasolina, aos consumidores finais após decreto do Governo Federal. Após solicitar a documentação (notas fiscais) da comercialização das mercadorias diretamente com as distribuidoras e ser atendido prontamente, o Procon Municipal deu início à verificação dos valores. Na primeira semana de agosto, Ostemberg recebeu representantes dos postos de combustíveis da cidade em seu gabinete e a conversa esclarecedora.

“Notificamos os postos para saber se houve repasse superior ao autorizado pelo Governo Federal (R$ 0,41). Buscamos informações se os valores reajustados nas bombas atingiram os consumidores com os combustíveis que já estavam nos tanques, ou se foram comprados em novos lotes com o valor alterado pelos impostos (PIS e Cofins). Todos foram solícitos e entregaram a documentação requerida, inclusive, expuseram suas dificuldades junto às distribuidoras para um preço mais em conta à clientela. Com as notas em mãos, faremos um levantamento e em no máximo 10 dias teremos as respostas que buscamos e tanto a sociedade nos cobra”, afirmou Ostemberg.

A gasolina comum em Guaporé, alvo principal da análise, é uma das mais caras no Estado. O preço do litro varia entre R$ 4,22 a R$ 4,25. Em municípios arredores, o valor chega a custar nas bombas R$ 0,25 a menos.

“É uma preocupação minha como coordenador do Procon e consumidor. Entendemos que não podemos interferir nos preços repassados pelos empresários aos consumidores, porque eles têm seus custos e sua margem de lucro, mas temos que ser mais humanos neste momento. Uma cidade a 20 quilômetros de Guaporé comercializa o litro da gasolina comum bem mais barata que a nossa. Porque disso? Eles justificaram dizendo que às distribuidoras cobram um valor maior. Busquei com Procons e Balcões dos Consumidores dos municípios para que notifiquem as abastecedoras e entreguem as notas de compras junto as distribuidoras para que possamos verificar se eles compram os combustíveis com preços inferiores aos praticados por Guaporé”.

Ostemberg destacou ainda: “se nós pagamos mais caro, consequentemente o empresário paga mais caro. É assim que quero acreditar”.

Para o coordenador do Procon Municipal, há um comodismo em Guaporé nos preços dos combustíveis praticados aos consumidores. Ele acredita que, de alguma forma, o valor por litro deva baixar nos próximos dias.

“Nosso empresariado vai ter que, de alguma forma, puxar o preço para baixo e reduzir a margem de lucro. Alguém vai assumir o risco e consequentemente os demais postos irão reduzir o valor e ainda, de quebra, ‘brigar’ com as distribuidoras para que reduzam o preço”, salientou Ostemberg.

Para o coordenador, há margem para redução dos preços dos combustíveis em Guaporé, principalmente no que tange a gasolina comum. Assim que compilar todos os dados, Ostemberg divulgará o resultado da análise.