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Não resolver é uma maneira de resolver

Neusa Picolli Fante

Às vezes não resolver é uma maneira de resolver. Como se explica isso? Se mantemos em nós a ideia de que tudo tem que ser resolvido, terminado, completado, até o final, carregamos uma rigidez que não nos permite redirecionar... Término que imaginamos com aquele jeito específico que elaboramos interiormente. Que final é esse?

Existem coisas que estão ali e servem somente para nos fazer refletir.

Queremos deixar tudo milimetricamente organizado, em ordem, na nossa ordem; do que compreendemos naquele momento. Ou, em uma ordem, que aprendemos ser a correta - correto para quem?

É a grande interrogação: Quem determina até onde preciso ir para resolver alguma questão. Se é que necessitamos tudo resolver. Tudo precisa de um ponto final? Ou vai ficar no lugar de não resolvido ou quem sabe na caixinha de algum dia eu resolvo, para sempre...

Ou, melhor que isso, entendo a situação, o conflito, a estória que se mostra. Esqueço que existem coisas que não necessitam de um ponto final, que não somos nós que determinamos o fechamento, a conclusão, o desfecho, o término... A palavra final, às vezes, não é a nossa. O mundo não gira ao nosso redor. A rigidez pode ser desconstruída. O propósito pode ser alterado a qualquer momento. O entendimento se faz presente quando o buscarmos.

Ser mais leve, flexível comigo mesmo e com o outro, e aceitar os finais, os términos dos outros nos ajuda a construir os nossos.

 

 

 

Sobre o autor

Neusa Picolli Fante

Psicóloga Clínica e Especialista em Teoria, Pesquisa e Intervenção em Luto. Graduada em Comunicação Social.  Autora do livro Caminho dos Girassóis: Uma abordagem sobre o luto, Dor sem Escuta, Entrelinhas da Vida, Quintais da Minha alma.

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