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Abra novos caminhos

Miguel Debiasi

“O caminho se faz caminhando”, aconselha o ditado popular. “A vida é um caminho de sombras e luzes. O importante é que se saiba vitalizar as sombras e aproveitar as luzes”, orienta Bergson Henri (1859-1941), filósofo e diplomata francês. “Devemos seguir sempre o caminho que conduz ao mais alto”, motiva Platão (427-347), filósofo grego. O mundo moderno oferece muitos caminhos, escolher o mais digno de felicidade é sabedoria humana.

Em 31 de outubro de 2011, a população que povoa a terra atingiu o número de sete bilhões. São pessoas semelhantes e diferentes. Porém, todas merecedoras de dignidade humana. Entre o período de 1760 a 1840 aconteceu a transição dos processos de trabalho manufaturado para a produção por máquinas, chamado de Revolução Industrial. A revolução teve início na Inglaterra e espalhou-se rapidamente pela Europa, sendo caracterizada pela importância das fábricas para a produção de capital. O processo de industrialização do trabalho teve como resultado a massificação de pessoas, culminando em prejuízos e discriminação do gênero humano.

O termo massificação expressa e denuncia os efeitos negativos do processo, como a anulação da individualidade, alienação, desprezo dos valores particulares de povos e de indivíduos, até o desaparecimento de culturas. Os teóricos da Universidade de Frankfurt, na Alemanha, Theodor (1903 – 1969) e Max Horkheimer (1895 – 1973), teceram fortes críticas a essa sociedade industrializada, por interferir nos processos de educação e nas relações sociais.

Nas últimas décadas, a industrialização fez a transição para a era da informática digital e virtual. E mais, consolidou a situação das pessoas e de povos submetidos à subserviência do exacerbado consumismo. Hoje em crise, este processo capitalista pede reflexão e caminhos alternativos. Assente, pensar caminhos que fujam dos padrões sociais tidos como normais da sociedade moderna, como o do consumo. Em tempo presente propor caminhos novos significa partir de um novo DNA de sistema, não o de mais ou menos capital, o da mais valia, mas do ser humano enquanto essência.

A palavra caminho no termo hebraico derek significa estrada, jornada, refere-se a um caminho gasto, batido, de tanto andar-se nele. Em analogia ao sistema capitalista em crise de produção e de consumo, seus caminhos estão gastos, batidos. Portanto, pouco ou nada mais oferecem para a maioria da população excluída dos benefícios do trabalho industrializado e automatizado. Trocar de sistema não basta se a humanidade inteira não mudar seus hábitos e estilos de vida. Logo, para que haja no futuro condições dignas e direitos para as pessoas é preciso um sistema cujos frutos do trabalho sejam partilhados. Somente assim superaremos crises e teremos avanços humanos e tecnológicos. Para isto, valem as orientações sobre os caminhos dos filósofos citados inicialmente.

Sobre o autor

Miguel Debiasi

Frade da Província dos Capuchinhos do Rio Grande do Sul. Mestre em Filosofia (Universidade do Vale dos Sinos – São Leopoldo/RS). Mestre em Teologia (Pontifícia Universidade Católica do RS - PUC/RS). Doutor em Teologia (Faculdades EST – São Leopoldo/RS).

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