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Subsídios exegéticos para a liturgia dominical - ano A - 02/08/2020

por João Carlos Romanini

18º Domingo do Tempo Comum

Foto: Divulgação

18º Domingo do Tempo Comum

 

Evangelho: Mt 14,13-21

Primeira Leitura: Is 55,1-3

Segunda Leitura: Rm 8,35.37-39

Salmo:  Sl 144,8-9.15-16.17-18

 

Evangelho

Nos tempos do Novo Testamento esperava-se o Messias que realizaria tudo o que foi prometido no AT. Este, como Moisés, reconduziria o povo ao deserto para uma nova e definitiva versão do que no passado se realizou de forma precária. A teologia de Mateus mostra que tudo isto acontece na pessoa de Jesus.

Há, nos quatro evangelhos, seis relatos da multiplicação dos pães (Mt 14,13-21; 15,32-39; Mc 6,30-44; 8,1-10; Lc 9,10-17; Jo 6,1-16). Provavelmente seja um único fato recontado e reinterpretado em diversas ocasiões, principalmente nas celebrações eucarísticas das comunidades primitivas, quando se evocava esta multiplicação.

Depois do assassinato de João Batista (Mt 14,3-12) que fecha o AT, o novo povo segue Jesus, como outrora o povo no deserto, alimentado pelo maná (Ex 16), havia seguido Moisés. Além do maná, o relato tem por base o profeta Eliseu (2Rs 4,42-44) que, com vinte pães de cevada alimentou cem pessoas e ainda sobrou comida. Desta forma, Jesus superou o profeta, pois os pães eram apenas cinco, os comensais eram cinco mil, sem contar mulheres e crianças - maneira judaica de contar, detalhe só mencionado por Mateus. Jesus, como o novo Moisés, alimenta seu povo no deserto (Sl 78,19).

O texto tem como pano de fundo o AT, mas também reflete a ceia de Jesus. O gesto de tomar o pão, erguer os olhos, dar graças a Deus e repartir o pão, é uma referência à ceia eucarística (Mt 16,20). Os doze são os encarregados de distribuir o pão entre o povo. Eles são os que, na comunidade, celebram a eucaristia e alimentam o povo com a palavra e com a eucaristia. No sentido cristológico pode-se destacar Jesus como o realizador do banquete da salvação como em Is 25,6-12. O povo, pela eucaristia, alimenta-se do corpo de Cristo através das mãos dos apóstolos que agem em nome de Jesus. Assim, originalmente, este relato apontava para Jesus como o realizador definitivo dos sinais realizados pelo maná (Ex 16) e por Eliseu (2Rs 4,42-44), ainda ilustrados por Is 25,6ss, bem como 55,1-3. Mais tarde, porém, este interesse cristológico foi enriquecido pela celebração eucarística administrada pelos apóstolos nas comunidades.

Como outrora, por meio de Moisés, Deus alimentou seu povo no deserto rumo à terra prometida, dando-lhe o maná, agora Jesus, no deserto, alimenta o novo povo, comunidade messiânica, rumo à nova terra prometida, o Reino de Deus.

Nesta nova etapa, Jesus sente profunda compaixão do povo faminto. Esta compaixão, já demonstrada por Deus no AT, agora é o fio condutor da ação de Jesus. Nesta compaixão, mais do que milagre, está uma nova maneira de encarar o problema da forme: a responsabilização dos discípulos diante da fome. Ele pede o que a comunidade tem: cinco pães e dois peixes (5+2 = 7). Sete é o número da totalidade. Logo, a comunidade que coloca tudo em comum, resolve o problema de todos e ainda sobra. Os cinco mil alimentados são o símbolo de Israel, os primeiros saciados. E os doze cestos que sobraram são o povo da nova aliança, representados pelos doze apóstolos. A Igreja agora, continua na história, ao celebrar a eucaristia, a missão de multiplicar o pão para todos, não como um milagre, mas como o compromisso dos seguidores de Jesus que põem tudo a serviço de todos.

Relação com Is 55,1-3

O povo estava no Exílio e explorado. Isaías quer reanimá-lo, anunciando a volta a sua pátria. Quando o profeta fala de comer e beber com fartura quer dizer mais do que ter alimentos abundantes. Entende a realização plena das necessidades do ser humano. Aqueles que voltaram do Exílio para Israel, porém, não viram se realizar estas promessas de forma mágica. Antes, encontraram um ambiente desolador, resultado da destruição. Isto só se realiza, cinco séculos mais tarde na nova aliança, pela ação de Jesus e de seus seguidores, quando estes se comprometem a viver a prática de Jesus.

Subsídio elaborado pelo grupo de biblistas da ESTEF

Dr. Bruno Glaab – Me. Carlos Rodrigo Dutra – Dr. Humberto Maiztegui – Me. Rita de Cácia Ló

Edição: Prof. Dr. Vanildo Luiz Zugno

 

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