A cena se repete. Em denúncia encaminhada para a Associação Riograndense de Proteção aos Animais e Meio Ambiente (ARPA), através do fiscal Jorge Acco, e à médica-veterinária Priscila Brusamarello Reder, mais animais de grande porte (cavalos e éguas) foram encontrados em estado de maus tratos. Nesta ocasião, os equinos estavam soltos há dias em uma propriedade rural às margens da rodovia ERS-441 a cerca de três quilômetros do município de Vista Alegre do Prata.

Com apoio dos agentes da Delegacia de Polícia (DP), de Nova Prata, através dos trabalhos coordenados pelo delegado André De Matos Mendes, foi cumprido o mandado judicial para a retirada dos cavalos e éguas da situação desesperadora que enfrentavam há meses. Sem água e alimentação adequada - já que o pasto secou com a geada de julho, além da falta de cuidados veterinários e de higiene, os nove animais apresentavam sinais de subnutrição e com pelagem rala, conforme destacou Priscila.

“Infelizmente nos deparamos com mais um caso absurdo de maus tratos, caracterizando um quadro de abandono. Os nove cavalos e éguas foram encontrados em estado intenso de subnutrição, desnutrição e desidratação. Localizamos eles sem nenhum tipo de alimento e abrigo para se refugiarem das intempéries. Alguns estavam caídos e outros cambaleando por fraqueza. Foi uma situação triste e chocante. Eles estavam bastante agitados, pois não tinham contato com ninguém há dias, segundo informaram os vizinhos”.

A chegada da equipe para o resgate dos animais foi de fundamental importância salientou a médica-veterinária. Priscila afirmou que se houvesse demora, alguns cavalos e éguas não resistiriam e poderiam ser encontrados sem vida. Moradores das redondezas informaram que cinco potros, recém nascidos, foram vítimas da falta de cuidados. Porém, Priscila e os policiais civis não localizaram nenhum vestígio/prova (restos de ossos) que pudesse comprovar.

O delegado André salientou que o caso é atípico e há poucos registros desta natureza envolvendo animais na DP Nova Prata. Segundo ele, os policiais civis se depararam com uma nova e grave situação que caracteriza crime de maus tratos: o abandono de equinos.

“Não é muito comum atendermos esse tipo de ocorrência e ter que fazer intervenção desta natureza. As pessoas têm essa liberdade de possuírem animais, mas devem ter a responsabilidade de cuidá-los. Surpreendeu na denúncia ter nove animais em estado debilitado, conforme acompanhamento veterinário. Agora os proprietários, assim que identificados, responderão um Termo Circunstanciado (TC) por maus tratos e abandono dos animais”, disse.

Os animais foram encaminhados para uma hotelaria especializada no tratamento e recuperação dos equinos. Eles passarão por cuidados especiais recebendo medicação e alimentação adequada e assim que estiverem em condições físicas favoráveis devem ser leiloados ou serem doados.