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Subsídios exegéticos para a liturgia dominical - ano A - 05/05/2020

por João Carlos Romanini

5º Domingo da Páscoa

Foto: Divulgação

Subsídios Exegéticos para  a Liturgia Dominical Ano A

Dia:10/05/2020

5º Domingo da Páscoa

Evangelho: Jo 14,1-12

Primeira Leitura: At 6,1-7

Segunda Leitura: 1Pd 2,4-9

Salmo: Sl 32,1-2. 4-5. 18-19 (R.22)

 

Evangelho

O evangelho deste domingo é uma mensagem de encorajamento: Jesus convida seus discípulos a permanecer fiéis e não temer. É um diálogo que deve ser lido frase a frase.

A afirmação inicial de Jesus é enigmática: “Credes em Deus. Crede também em mim!” (Jo 14,1). O texto grego usa o verbo pisteuete, que pode ser tanto o indicativo presente como o imperativo. Jesus pode estar dizendo: “Acreditem em Deus, acreditem em mim também”, ou “Vocês acreditam em Deus e acreditam em mim também”, ou “Vocês acreditam em Deus e, por isso, acreditem em mim também”. Normalmente, as nossas Bíblias seguem esta última interpretação: a fé em Jesus é consequência natural da fé em Deus Pai e, portanto, a comunidade é convidada a não esmorecer.

Na casa de meu Pai há muitas moradas” (v. 2): A expressão “cada do pai” designa não só a construção, mas também a família que mora nela: o pai, a mãe, os filhos homens casados com suas esposas, as moças solteiras, os adolescentes e as crianças. A moça, quando se casava, ia morar na casa do pai do esposo. Por isso, a construção precisava ser grande suficiente para todos caberem lá dentro. E, obviamente, cada pequeno subnúcleo familiar, com suas próprias dependências, suas “moradas”.

Sobre este pano de fundo, podemos compreender a promessa que Jesus faz nos vv. 2-3: como um filho que tem autoridade na casa do Pai, Jesus vai preparar as moradas de seus discípulos, de modo que todos tenham vida e dignidade garantidas.

Jesus continua e afirma: “E para onde eu me dirijo, vós conheceis o caminho” (v. 4), mas Tomé nega ter tal conhecimento: “Não sabemos para onde te diriges. Como podemos saber o caminho?” (v. 5). Por essa pergunta e pelo episódio da aparição do ressuscitado (Jo 20,19-29), Tomé ficou com a fama de ser teimoso. Mas será mesmo? Ou Tomé é apenas o personagem que faz as mesmas perguntas que nós faríamos se estivéssemos no lugar dele?

A pergunta de Tomé é clara e natural: se você não sabe para onde alguém vai, como você pode saber também o caminho? Jesus responde a Tomé, dizendo que vai para o Pai. Não mais o espaço físico, e sim a pessoa: o Pai é o “lugar” em que Jesus está (vv. 3 e 10-11).

Se o Pai é o destino, só Jesus é o “caminho” para chegar lá: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (v. 6). A verdade designa a realidade divina enquanto se manifesta e pode ser conhecida pelas pessoas. O que percebemos desta verdade divina é o amor sem limite. Portanto este amor é a verdade de Deus. O caminho é o meio para se chegar ao objetivo: a vida. Jesus é o único caminho porque com sua vida e morte mostra a todos que ele é quem pode comunicar a vida plena. Esta afirmação de Jesus corresponde ao pedido do Sl 43,3: Envia tua luz e verdade: elas me guiarão... até as tuas moradas”. Jesus é a luz e verdade que nos conduz (caminho) até casa do Pai, onde está preparado o nosso lugar na qualidade de filhos e filhas.

Tomé não é o único a ter dúvidas. Também Felipe, que diz: “Mostra‑nos o Pai e para nós é suficiente” (v. 8).  Felipe parece estar pedindo uma teofania exclusiva ao seu grupo. Este tipo de desejo também é comum nos dias de hoje: muitas pessoas querem, de modo privilegiado, ver o poder de Deus.

Jesus responde questionando a lerdeza de Filipe: “Há tanto tempo estou convosco e não me conheces? “(v. 9). Conhecer e reconhecer Jesus não é ação do intelecto, mas a experiência pessoal e comunitária do Cristo ressuscitado. Por isso, Jesus continua: “Quem me vê, vê o Pai.”

O último versículo que lemos nesta liturgia é uma promessa: “Em verdade, em verdade eu vos digo: quem crê em mim fará também ele as obras que eu faço e fará maiores do que essas, porque vou para junto do Pai” (v. 12). Isso significa que as ações de Jesus foram só o começo: as comunidades cristãs dão continuam, prolongam e alargam a prática de Jesus quando dão testemunho fraterno e anunciam o Reino de Deus.

A resposta de Jesus a Felipe e a promessa subsequente deveriam nos questionar: nossa prática ajuda ou atrapalha as pessoas a verem Deus? As pessoas com quem convivemos “veem Deus” nas nossas ações e em nossas atitudes? Nossas comunidades dão verdadeiro testemunho de que encontraram o caminho para a verdadeira vida?

 

Subsídio elaborado pelo grupo de biblistas da ESTEF

Dr. Bruno Glaab – Me. Carlos Rodrigo Dutra – Dr. Humberto Maiztegui – Me. Rita de Cácia Ló

Edição: Prof. Dr. Vanildo Luiz Zugno

 

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