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Mais de 15 municípios do Rio Grande do Sul já estão sem combustível nos postos

por Marco Aurélio Santana

Greve dos caminhoneiros chegou ao terceiro dia em todo o país

Foto: Divulgação

A greve dos caminhoneiros, que nesta quarta-feira completa seu terceiro dia em todo o país, começa a afetar de maneira significativa vários setores. No Rio Grande do Sul, onde o dia foi marcado pelo clima acirrado em vários pontos de manifestação mais de 15 municípios já estão sem combustível nos postos. A informação é do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Estado do Rio Grande do Sul (Sulpetro). Entre os municípios estão: Três Coroas, Igrejinha, Erechim, Torres, Canguçu, Pelotas, Osório, Uruguaiana, Bagé, Encantando, Cachoeira do Sul, Caxias do Sul, Bento Gonçalves e Santa Vitória do Palmar. Essa última, inclusive, decretou estado de calamidade pública.

Na Região Metropolitana, Novo Hamburgo e São Leopoldo informaram que a maioria dos postos estão secos. Além disso, em diversos pontos de Porto Alegre, os estoques também já acabaram. Aqueles que ainda tinham combustível, registraram filas. O advogado e professor universitário Auro Machado disse que, se a gasolina acabar em todas as cidades, "o Brasil vai parar, é um ponto muito complexo".

No posto Shell localizado na esquina das ruas Vicente da Fontoura e Santana, o combustível terminou às 19h de terça-feira. Conforme o chefe de pista, Ademir Machado, o preço estava acessível em comparação com os demais postos, apenas R$ 4,39. "Trabalho aqui há 16 anos e nunca tinha visto faltar gasolina por causa de greve. O prejuízo está forte, muitos clientes passam aqui e temos que explicar que não podemos abastecer", ressaltou.

De acordo com ele, a situação está crítica. "Por um lado é ruim para nós, mas por outro lado temos que apoiar, porque está muito caro o combustível", disse. O preço da gasolina foi retirado da frente do estabelecimento e cones foram colocados na lateral das bombas de abastecimento. Próximo ao estabelecimento, na rua Santana, outro posto Shell fechou as grades antes das 18h, também por conta da falta da gasolina.

Em Canela e Gramado filas enormes foram formadas e, em poucas horas, a gasolina comum "secou" nos tanques. Com medo de ficar sem combustível, os motoristas abasteciam com gasolina aditivada, que também terminou no final da tarde na maioria dos postos da região. O preço do litro da gasolina comum em Canela e Gramado varia entre R$ 4,789 e R$ 4,899.

Conforme Ângela Moraes, gerente posto Pedras Branncas, em Canela, as filas começaram no final da manhã a partir dos comentários pelas redes sociais. “Com a rodovia trancada na base em Canoas, ficamos sem gasolina comum. Tínhamos um pouco mais de estoque de gasolina aditivada, mas acabou também. O movimento foi intenso o dia todo”, conta.

O proprietário do Posto Drumm, em Gramado, Jorge Drumm, conta que o caminhão que traria combustíveis para o estabelicimento em Gramado foi bloqueado e não pode carregar. “Tínhamos um pedido de R$ 100 mil para terça-feira. No entanto, quando o caminhão chegou na refinaria, o acesso estava bloqueado. Não temos previsão para normalizar o abastecimento”, revela. 

Em Pelotas, o preço dos combustíveis já causa desemprego. A empresária Alessandra Oliveira conta que teve de dispensar dois funcionários de sua transportadora em função da alta do diesel. “Tivemos que reduzir custos, o que fez com que tivéssemos que desligar os dois em função do preço do combustível. Foi preciso fazer cortes de custos de outra natureza, pois sem diesel não temos como trabalhar”, justifica. Ela conta que na última sexta-feira houve variação de R$ 0,10 no preço do produto em um mesmo dia. “Apesar de ter perdido o controle nos últimos meses, com certeza metade dos nossos custos é com o diesel”, lamenta. A transportadora de Alessandra tem oito caminhões e 17 anos no mercado. “Nunca tínhamos passado por esta situação”, destaca.

Em Pelotas, o preço médio do litro da gasolina é de R$ 4,79, mas em alguns lugares pode ser encontrado a R$ 4,90. Na terça, começou a faltar o produto. Os responsáveis pelos postos dizem não ter previsão de quando a situação será normalizada. O Procon da cidade informa que o preço dos combustíveis varia dentro do que a Petrobras anuncia. “Não temos como interferir no preço pela política da livre concorrência. O que verificamos é a qualidade do combustível oferecido ao consumidor”, explica o coordenador do Procon Nelson Soares. O município tem 87 postos de combustíveis.

Em Santa Vitória do Palmar, o prefeito Wellington Bacelo decretou situação de calamidade pública em função da falta de combustíveis. Segundo ele, as aulas foram suspensas e apenas serviços como coleta de lixo e remoções de ambulância têm continuidade. Não há combustível e os estoques acabaram. 

Também nessa quarta-feira, o prefeito de Canguçu, Vinícius Pegoraro, decretou emergência no município e, função da falta de combustíveis. Ele suspendeu os serviços públicos municipais que necessitam do uso de veículos e maquinários. As aulas na zona rural foram suspensas, assim como o atendimento na Unidade Básica de Saúde da zona rural. “Ele garante que as máquinas continuam consertando estradas enquanto houver diesel. “Temos 4 mil litros de diesel no posto da prefeitura e vamos tocar aquilo que é essencial, pois não temos perspectiva quanto tempo vai demorar”, relata.

Confira a relação dos municípios sem combustível nos postos:

Bagé

Bento Gonçalves

Cachoeira do Sul

Canela

Canguçu

Caxias do Sul

Encantado

Erechim

Igrejinha

Osório

Pelotas

São Leopoldo

Novo Hamburgo

Santa Vitória do Palmar

Três Coroas

Torres

Uruguaiana

Protestos pelo país

Os motoristas de caminhões protestam contra o preço cobrado do óleo diesel. Eles criticam a política de reajuste da Petrobras. Na região Sudeste, São Paulo e Rio de Janeiro sentem os efeitos dos caminhões parados. Na capital paulista começam a falta alimentos em alguns supermercados. No Rio, a frota de ônibus está reduzida em 40% em razão da falta do diesel nas garagens das empresas. 

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