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Consulados do Brasil nos EUA começam a identificar crianças separadas dos pais

por Marco Aurélio Santana

Menores foram levados para diversos orfanatos

Foto: Divulgação

Das 49 crianças brasileiras que foram separadas dos pais nos Estados Unidos, apenas dez estão identificadas. Os consulados brasileiros no país estão percorrendo orfanatos para localizar os menores e tentar contatar os pais, que estão presos.

As crianças brasileiras estão espalhadas em abrigos de diversos estados americanos, como no Texas, Califórnia, Illinois, Nova Iorque e Flórida. O cônsul-geral adjunto do Brasil em Houston, Felipe Costi Santarosa, disse que no Texas há sete crianças – cada uma em um orfanato. A listagem do Ministério da Saúde recebida pelos consulados mostra apenas os lares e a nacionalidade dos menores, sem especificar idade, nome ou sexo.

“Agora vamos atrás dessas setes crianças que estão em sete orfanatos”, disse o cônsul. Após encontrar e identificar os menores, eles precisam localizar os pais, para, em um primeiro momento, avisar que as crianças estão bem. “Muitos estão presos e nem sabem como estão os filhos”, disse Santarossa. “Tentamos também manter uma rotina de telefonemas entre eles”.

Antes de receberem a lista, os consulados brasileiros tinham identificado dez crianças que estão espalhadas, principalmente, em abrigos de Los Angeles, Arizona, Califórnia e Nova Iorque, sendo que os pais estão detidos no Texas.

Em alguns desses casos, o consulado já conseguiu visitar os menores. “Já foi possível fazer esse contato com a criança e com o pai e criar uma rotina semanal de ligações entre eles”, explicou o cônsul. Como os pais estão detidos, é preciso combinar com os responsáveis pela prisão dia e horário específicos para o contato entre pais e filhos.

Após a identificação, o consulado segue em contato com o imigrante e “procura garantir que os diretos dele sejam respeitados, que o processo siga velocidade normal e que viva em condições razoáveis”. O consulado também entra em contato com os familiares que estão no Brasil. A comunicação só não é realizada caso o imigrante não queira.

Santarosa explica que o processo de imigrantes presos nos Estados Unidos pode demorar de um mês a um ano. O tempo é determinado no momento que a pessoa é detida. “Quando o imigrante é preso, perguntam se ele tem medo de retornar ao seu país. Dependendo da resposta, o tempo do processo muda”, disse.

Caso o imigrante diga que não tem medo e que quer retornar ao país de origem, o processo pode ser rápido, com duração de um a dois meses. Contudo, se responder que tem medo de retornar, a pessoa é colocada na categoria de “potencial asilado” e as burocracias podem demorar até dois anos. Enquanto isso, o imigrante segue preso e separado do filho.

De acordo com o cônsul, a maioria diz que tem medo de voltar, “talvez por uma orientação dos coiotes e por acreditar que com esse processo há mais chance de permanecer aqui”. Só que, segundo ele, os Estados Unidos diminuiu o número de pessoas asiladas nos últimos anos. “O processo é muito, muito difícil”, resumiu.

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