Fruticultura, agrometeorologia e análise dos frutos foram os temas abordados durante o dia de campo “Fepagro de Portas Abertas” promovido pela Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) em seu Centro de Pesquisa em Veranópolis, a Fepagro Serra, nesta quarta-feira, 1º de junho, em comemoração aos 97 anos da estação experimental.

O evento recebeu autoridades, estudantes do Colégio Agrícola de Veranópolis, agentes comunitárias, representantes dos sindicatos rurais, da Emater/RS-Ascar e produtores locais. O diretor da Fepagro Serra, Lineu Migon, lembrou o pioneirismo do Centro de Pesquisa, fundado em 30 de maio de 1919, onde foram desenvolvidas as primeiras variedades de trigo, milho híbrido e soja do Estado. “Iniciamos a pesquisa com fruticultura na década de 1980 e hoje temos uma infinidade de plantas frutíferas. Vamos, ainda, ampliar o número, pois estamos em tratativas para instalar um pomar de videiras na estação”, contou.

Migon também ressaltou que o Centro de Pesquisa, na última safra de verão, destinou parte de sua área para a produção de soja, contribuindo para a arrecadação de R$ 154 mil aos cofres do Estado. O diretor técnico da Fepagro, Carlos Oliveira, destacou a importância da promoção de eventos que abram as portas dos Centros de Pesquisa da Fundação à comunidade local. “É uma ação integrada que permite a difusão de conhecimento e tecnologias. Nós temos uma história muito rica, que segue acontecendo”, frisou.

Para o prefeito de Veranópolis, Carlos Alberto Spanhol, a história da cidade está intrinsecamente ligada à da Fepagro Serra, uma vez que o município tem 118 anos e a estação, 97 anos. “O que seríamos de nós se os produtos desenvolvidos pela Fepagro não tivessem sido pesquisados?”, indagou.

Visitas às estações

O público foi dividido em três grupos, que visitaram alternadamente as três estações de demonstração. Na estação de análise de frutos, a técnica em pesquisa Gabriele Sartori mostrou os procedimentos que o laboratório da Fepagro Serra emprega para avaliar os frutos colhidos nos pomares do Centro de Pesquisa, levantando dados como graus brix e firmeza dos frutos.

Responsáveis pela estação de fruticultura, os pesquisadores Rafael Anzanello e Claudia Fogaça falaram sobre a coleção de cultivares de árvores frutíferas de clima temperado que a Fepagro Serra possui, destacando-se a coleção de quivis, com 25 cultivares, a maior do Brasil. Os pesquisadores também mostraram alguns projetos de pesquisa conduzidos na unidade, como um grande projeto, em conjunto com a Embrapa e outras entidades, que procura soluções para o Ceratocystis fimbriata, um fungo que vem dizimando quivizais no Estado.

Na terceira estação, sobre agrometeorologia, a pesquisadora Amanda Junges mostrou os equipamentos meteorológicos existentes no Centro de Pesquisa, explicando o funcionamento de cada um. A pesquisadora também destacou que a Fepagro Serra faz registros meteorológicos desde 1956, formando uma série histórica que pode servir de base para uma caracterização climática da região.

*Com informações de Elaine Pinto/Fepagro

Ouça as entrevistas com o diretor da Fepagro Serra Lineu Migon, o diretor técnico Carlos Alberto Oliveira e uma das visitantes, Edite Dal Pizzol Bresolin.