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O Sertanejo vai mudar em 2018

por Marco Aurélio Santana

Confira o que especialistas falam sobre o gênero

Foto: Divulgação

Se existe um gênero musical no Brasil que sabe se reinventar é o sertanejo.

Os números provam que o método funciona: das cem músicas mais tocadas nas rádios em 2017, 87 delas eram músicas sertanejas, segundo dados da Crowley Broadcast Analysis, empresa que monitora as rádios brasileiras. O gigante do streaming Spotify também observou que o gênero liderou com folga todos seus principais rankings nacionais, tanto no top 10 de artistas quanto de álbuns e de músicas.

E é na intenção de se manter intocado no topo que a fórmula se renova mais uma vez: os mega shows prometem diminuir de tamanho para que os videoclipes comecem a ganhar super produções. E depois de absorver influências que o transformaram na verdadeira música pop do país, o sertanejo mira no público de baladas, festivais e, principalmente, da internet. Mais atual e moderno do que isso, não há.

Depois de um breve sumiço entre a era de ouro da MTV e o boom das plataformas digitais, quando os jovens passaram a trocar a TV pelo YouTube, o videoclipe retomou seu protagonismo em todos os gêneros.

Os sertanejos, grandes produtores de DVDs ao vivo, ligaram o alerta: seus clipes, geralmente retirados desses registros de shows, começaram a perder espaço para as superproduções. Foi então que, junto com equipes de filmagem, passaram a ter mais contato com roteiro e elenco de atores.

Luan Santana sacou isso lá em 2012, quando lançou o clipe de "Te Vivo", encenando a trajetória de um casal ao longo dos anos. Em dezembro, a dupla Simone & Simaria alcançou o posto de clipe brasileiro mais visto na história do YouTube com "Loka", em parceria com Anitta: foram mais de 500 milhões de visualizações.

Matheus & Kauan aliou-se a MC Kevinho e Kondzilla, maior produtora brasileira de clipes de funk, para fazer "Deixa Ela Beijar". Zé Neto & Cristiano, que lançou clipe para "Amigo Taxista", viu crescer a interação da dupla com o público de redes sociais.

Alguma dúvida de que em 2018 os sertanejos vão tomar conta do formato?

Quem manda no mercado é o consumidor, e o clipe é uma tendência de consumo

É o que atesta Gustavo Marques, que integra o time de marketing do escritório Work Show, e trabalha com Marília Mendonça, Maiara & Maraisa, e a dupla Zé Neto & Cristiano. "Grandes artistas pop lançam um clipe por mês porque eles são puro termômetro com o público, vai na onda das redes sociais. Os sertanejos sempre olharam muito para o mercado, atingiram uma maturidade em que conseguem avaliar o que vale mais a pena".

Outra tendência que ganha força neste ano é a máxima "menos é mais". A mega produção, os palcos gigantescos e os espaços para multidões estão sendo reduzidos para tornar a experiência do show mais intimista, como já fizeram Bruno & Marrone e Matheus & Kauan.

"O que acontecia muito no mercado sertanejo era o artista gravar um DVD com cenário tão grandioso que ele não conseguia levar o show para a estrada", explica Gustavo Marques, da Work Show.

O formato enxuto tem outros benefícios para os artistas. "O custo é bem menor. Gasto menos e tenho menos risco. Quanto menos risco, mais atrativo, maleável e fácil de direcionar. A ideia de manter o ao vivo é mostrar que o artista sabe cantar e não é um produto de estúdio".

Nesse rumo, João Neto & Frederico já trabalha em um DVD acústico, que será gravado em clima de fazenda com Diego & Arnaldo. "Estamos escolhendo repertório e vamos gravar depois do Carnaval. Vai ser voz e violão, com modas bem sertanejas, músicas que marcaram a vida de muita gente, e algumas inéditas".

por Luciano Pettorini

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