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Rússia dá sinais de estar pronta para Copa do Mundo em meio à dúvidas sobre sua capacidade de sediar evento

por José Theodoro

A abertura do maior acontecimento esportivo do planeta começa no dia 14 de junho de 2018

Desde o dia 14 de junho a Rússia entrou na contagem regressiva rumo à Copa do Mundo de 2018. A menos de um ano para o Mundial, parece estar preparada para sediar o maior evento do futebol e mostrar ao planeta uma imagem festiva, apesar de alguns atrasos na construção dos estádios e várias incertezas em relação à capacidade do país de responder aos desafios apresentados, em termos de estrutura e segurança, principalmente.

Será a primeira vez desde a criação do troféu Jules Rimet, em 1930, que a Copa do Mundo será disputada no leste europeu. Enquanto o governo corre para finalizar as obras, as ruas das principais cidades da Rússia recebem milhares de russos em protestos contra a corrupção, num clima semelhante ao Brasil em 2013, um ano antes da Copa de 2014 no País. Naquela época milhares de pessoas foram às ruas empunhando temas contra corrupção dos políticos e o bordão “Não vai ter Copa”, milhares de russos também já promoveram protestos.

No dia 12 de junho foi realizado um dia de protesto em todo o país. O opositor russo Alexei Navalny e quase mil de seus partidários foram detidos antes do início das manifestações não autorizadas no centro de Moscou. Após uma mobilização que teve uma grande adesão em 26 de março, milhares de russos, incluindo muitos jovens, foram às ruas no dia 13 de junho em dezenas de cidades, incluindo perto do Kremlin em Moscou, onde a tropa de choque tentava dispersar a multidão.

As mobilizações contra Putin entram no pacote dos diversos desafios que a Rússia terá pela frente até a Copa,  organizar um evento de alcance mundial ao mesmo tempo em que se multiplicam os atentados terroristas – principalmente na Europa –, atrair os torcedores do mundo todo para um país de imagem pouco atrativa e que parece viver nova Guerra Fria com o Ocidente, e ainda fazer com o que o público local se interesse pelo torneio.

As autoridades russas garantem com veemência que o país estará preparado em 14 de junho de 2018, data da partida de abertura da Copa. Uma afirmação apoiada pela Fifa, que viu seu presidente, Gianni Infantino, se mostrar satisfeito com o andamento dos preparativos após sua última visita à Rússia, em final de maio.

Até o momento, somente os quatro estádios escolhidos para os jogos da Copa das Confederações que aconteceu de 17 de junho a 2 de julho – Sochi, Kazan, São Petersburgo e o Spartak Stadium de Moscou – estão prontos.

As estações de metrô, encarregadas de transportar o público até o estádio de 68 mil lugares, também não estão prontas. As obras nos outros oito estádios do Mundial, que devem ser finalizados no último trimestre de 2017, estão seguindo os prazos previstos, com exceção do estádio de Samara, que viu o primeiro-ministro Dmitri Medvedev admitir em abril que não ficaria pronto até 2018, apesar da mobilização de 2 mil operários. Medvedev, porém, garantiu que o atraso não terá consequências graves.

A Rússia tem problemas nas condições de trabalho dos operários encarregados de construir os estádios e a própria Fifa admitiu ter descoberto trabalhadores ilegais norte-coreanos nas obras de São Petersburgo, que vai custar mais de R$ 4 bilhões. O presidente do Comitê Organizador russo, Alexei Sorokin, admitiu que operários norte-coreanos foram contratados, mas que suas condições de trabalho não eram muito diferentes das dos outros operários.

Infraestruturas turísticas

A Rússia escolheu como sedes apenas cidades situadas em sua parte europeia, mas as distâncias continuam grandes. Somente Nijni-Novogorod e São Petersburgo contam com linhas de trem expressas para Moscou. Os torcedores que desejam acompanhar suas seleções terão que optar por viajar de avião, o que obrigou a Rússia a renovar e modernizar os aeroportos das cidades anfitriãs. Os dois principais aeroportos de Moscou, Cheremetievo e Domdedovo, contarão com novos terminais.

Mas a reforma do aeroporto de Kaliningrado, território russo no coração da União Europeia, sofre de um enorme atraso que provocou a saída da empresa encarregada da obra. De acordo com a direção deste aeroporto, a obra será finalizada antes de março de 2018.

Paralelamente, a Rússia trabalha para se tornar mais acessível aos estrangeiros. As autoridades estão promovendo o aprendizado do inglês e cerca de 30 mil voluntários são formados para receber e orientar os torcedores visitantes.

Presença dos torcedores

A cada ano, somente três milhões de turistas estrangeiros visitam em média a Rússia, mas os organizadores aguardam que aumente em um milhão durante o Mundial, cuja estimativa não mudou desde que a Rússia obteve em 2010 o direito de sediar o evento. Desde então o contexto global mudou e alguns fatores podem afetar negativamente esta previsão: a ameaça terrorista e as relações complicadas entre Moscou e as potências ocidentais, relacionadas à crise na Ucrânia e à guerra na Síria. Outro tema polêmico é a violência dos hooligans russos, que aterrorizaram a França durante a Eurocopa, em 2016, se envolvendo em brigas sangrentas com adversários.

Há um ano, o governo Russo  vem aprovando diversas leis para endurecer as medidas de segurança e criou uma “lista negra” de torcedores, que estão proibidos de comparecer aos estádios. O país também não permitirá a entrada de hooligans condenados em território estrangeiro.

Outra preocupação da organização é o desinteresse local, pela Copa do Mundo que já foi provada na Copa das Confederações, com a venda de 200 mil ingressos dos 700 mil colocados disponibilizados O vice-primeiro-ministro, Vitali Mutko, reconhece que alguns estádios poderão ficar vazios.

 

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