Um grupo de produtores de leite de Fagundes Varela esteve reunido na tarde de terça-feira, 25 de agosto, para discutir o planejamento da propriedade rural para a produção de leite à base de pasto. O encontro foi promovido pela Emater/RS-Ascar e a Duagro Soluções Sustentáveis, que desenvolvem um trabalho conjunto com os produtores integrantes da Chamada Pública do Leite.

Os agricultores recebem orientações e têm o acompanhamento das suas áreas de pastagens. A reunião ocorreu na propriedade do agricultor Paulo Cesar Taglian, que é Unidade de Referência da Chamada Pública do Leite no município e faz parte deste trabalho.

Conforme o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Leandro Ebert, o trabalho compreende o planejamento forrageiro das propriedades, de acordo com a realidade e as expectativas de cada família. "Considerando que as propriedades são pequenas e com relevo acidentado, a proposta é obter o melhor aproveitamento das poucas áreas disponíveis para a produção de pasto, visando transformá-las em leite, de forma sustentável e eficiente, durante o ano todo", destaca.

A importância do planejamento da propriedade para a produção de leite à base de pasto foi abordada pelo técnico Joel Graciolla, da Duagro Soluções Sustentáveis, que tratou de aspectos como o dimensionamento das necessidades nutricionais do rebanho, a definição da área a ser destinada à pastagem, a escolha das forrageiras a serem implantadas para o verão, a definição do número e do tamanho dos piquetes e o manejo adequado do solo para a implantação das pastagens.

Em Fagundes Varela, na propriedade da família Taglian e em outras sete, foi aplicada a técnica de sobressemeadura de pastagens de inverno em áreas de gramíneas perenes de verão. Desta forma, foram introduzidas, em uma área de tífton no verão: aveia, cornichão e trevos branco e vermelho, de forma consorciada. No encontro, os produtores puderam conferir de perto o desenvolvimento dessas pastagens.

Graciolla explicou a metodologia utilizada para o estabelecimento da pastagem, as vantagens da consorciação entre gramíneas e leguminosas e deu orientações aos agricultores sobre o manejo das pastagens consorciadas. Para o verão, além do tífton, o produtor implantará uma área de capim áries. Assim, neste ano, terá toda sua área de pasto com variedades perenes implantadas.

Segundo Ebert, a orientação para a utilização das variedades perenes se dá pelo alto valor nutritivo dessas forrageiras, pelo baixo custo de produção e pela diminuição do vazio forrageiro, que é o período de troca entre as variedades anuais de inverno e as de verão, até o estabelecimento da próxima variedade, quando existe carência de forragens para alimentação dos animais. "Com pastagens perenes de verão e de inverno, esse período se torna praticamente nulo, pois quando ocorre a mudança da estação, a pastagem já está implantada", ressalta.

Outra vantagem, de acordo com ele, é o controle da erosão, uma vez que não há mais revolvimento do solo e as raízes perenes ainda contribuem para a melhoria da sua estrutura física.