Prefeitos da Serra comemoram permanência na bandeira laranja, mas destacam necessidade de redobrar os cuidados
Lideranças dos maiores municípios da Região destacam que medidas de proteção como uso da máscara e distanciamento social devem ser observadas para evitar retorno à bandeira vermelha
O Governo do Estado do Rio Grande do Sul anunciou na tarde desta segunda-feira (29) que a Serra Gaúcha voltou para a bandeira laranja do distanciamento controlado, sendo que no mapa preliminar a Região estava na bandeira vermelha. A reconsideração foi comemorada pelos prefeitos da Região, que contestaram a primeira decisão para que a Serra não voltasse a ter restrições, principalmente nas atividades econômicas como comércio e alguns serviços.
O vice-prefeito de Caxias do Sul, Edio Elói Frizzo disse que o resultado foi fruto de um esforço coletivo da Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne): “Um esforço conjunto de toda a Região puxada pela Amesne e pelo Observatório Regional no ponto de vista de criarmos alterações significativas na análise dos índices que levam às bandeiras. O trabalho dessas entidades somado ao Corede e ao trabalho da 5ª Coordenadoria Regional de Saúde vinculado à secretaria de saúde do Estado possibilitou as condições para se rever a bandeira. Então ganha a cidade e principalmente nosso comércio que seria muito prejudicado”.
Frizzo ainda afirmou que o fato de a Região buscar a mudança de bandeira não significa que está desprezando os cuidados com o combate à pandemia. “Isso não significa que estamos desprezando os cuidados e o direito à vida como um todo. Achamos que as medidas tomadas regionalmente, e Caxias deu um exemplo fechando no domingo inclusive supermercados, no ponto de vista de diminuir a aglomeração de pessoas”, pontuou.
Já o prefeito de Bento Gonçalves, Guilherme Pasin, segunda maior cidade da Serra Gaúcha, salientou que a condição requer ainda mais cuidados. “É uma notícia muito boa que nos remete a uma condição de responsabilidade maior ainda de mantermos os nossos dados. Precisamos fazer a nossa parte cuidando com aglomeração, não ir passear nos supermercados... Entendo que muitos setores querem ampliar sua situação, mas vejam, foi por muito pouco que a gente não teve que retroceder a uma condição de bandeira vermelha”, frisou.
Pasin também salientou que a responsabilidade é de todos: “É importante a gente compreender que o nosso comportamento individual vai influenciar no todo sob o aspecto positivo, mas também sob o aspecto negativo. Então vamos usar máscara, vamos evitar saídas desnecessárias, vamos respeitar o coletivo e contribuir para manter o coronavírus sob controle”.
Já o prefeito de Farroupilha, Pedro Pedrozo, também destacou que as regras precisam ser respeitadas pela população. “Na fala do governador vamos permanecer mais uma semana na bandeira laranja, o que quer dizer que nós podemos continuar trabalhando e cuidando da saúde. Tenho convicção que o nosso povo tem feito bastante, mas precisamos fazer mais, essa doença está presente. O clima que nós estamos vivendo neste momento é o clima propício para essa doença e nós não podemos pegar ela generalizada. Nós vamos ter que endurecer as regras entre nós para que na semana que vem nós não venhamos a cair na bandeira vermelha”.
Durante a divulgação do mapa do Distanciamento Controlado definitivo para esta semana, o governador Eduardo Leite destacou que mesmo com a reconsideração da bandeira para a Serra Gaúcha, a Região tem dados preocupantes: “Alguns dados mostram que inspira cuidado a situação da Serra Gaúcha. Já conversei com prefeitos daquela região e alertei de que precisam tomar todos os cuidados com a fiscalização dos protocolos, com a análise cuidadosa dos surtos que por lá se observaram para que se evite um retorno à bandeira vermelha. Por exemplo, a gente tem ali a projeção de incidência de óbitos relativa à população migrando da bandeira laranja para a bandeira preta, agente tem outros dados regionais que são preocupantes”.
A Serra Gaúcha fica sob a gerência dos protocolos previstos na bandeira laranja do distanciamento controlado, pelo menos até a próxima segunda-feira, 06 de julho.
Veja o que muda na bandeira laranja:
COMÉRCIO:
- Comércio atacadista e varejista de rua não essencial, de veículos e de manutenção e reparação de veículos podem funcionar com 50% dos trabalhadores no local; ou por teletrabalho, tele-entrega ou pague e leve, de acordo com a atividade.
- Centros comerciais e shoppings podem funcionar com 50% da capacidade e 50% dos trabalhadores no local; ou por teletrabalho, tele-entrega, pegue e leve ou drive-thru, e é obrigatório fazer monitoramento de temperatura.
- Comércio varejista de produtos alimentícios, atacadista e varejista essencial, além dos postos de combustíveis, podem funcionar com 75% dos trabalhadores no local ou por teletrabalho, tele-entrega ou pague e leve, de acordo com a atividade.
INDÚSTRIA:
- Construção de edifícios, obras de infraestrutura e serviços de construção podem funcionar com 50% dos trabalhadores presenciais ou teletrabalho.
- Indústria de alimentos, bebidas e de produtos farmacêuticos podem funcionar com 100% dos trabalhadores presenciais ou teletrabalho.
- Industria de vestuário, couro e calçados, madeira, impressão e reprodução, química, borracha e plástico, metalurgia, equipamentos de informática, materiais elétricos, máquinas e implementos, produtos de metal, minerais não metálicos, veículos automotores, móveis e produtos diversos podem atuar com 75% dos trabalhadores presenciais ou por meio de teletrabalho.
TRANSPORTE:
- Transporte coletivo Municipal e metropolitano: 60% da capacidade total dos veículos.
- Intermunicipal: 75% dos assentos (compartilhado exclusivo para coabitantes).
- Interestadual: 50% dos assentos.
- Trem: 50% da capacidade total do vagão.
ALIMENTAÇÃO:
Restaurantes a la carte ou prato feito podem funcionar com 50% dos trabalhadores no local e atender de modo presencial ou por meio de tele-entrega ou pegue e leve. Restaurantes buffet não podem funcionar. Lanchonetes e padarias podem funcionar com 50% dos trabalhadores no local e de modo presencial ou por meio de tele-entrega ou pague e leve.
OUTROS SERVIÇOS:
- Academias de ginástica podem funcionar com 25% dos trabalhadores no local desde que funcione com atendimento individualizado ou coabitante por ambiente, respeitando o teto de ocupação.
- Cabeleireiros e barbeiros podem funcionar com 25% dos trabalhadores e com atendimento individualizado.
- Missas e cultos religiosos apenas podem ocorrer com público de 25% do total da capacidade local
- Bares, pubs, casas noturnas, cinemas e teatros não podem funcionar.
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