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Comunicação adotada por Jair Bolsonaro influenciou no fraco crescimento do PIB, diz economista

Baixar Áudio por Rodrigo Fischer

Avaliação mostra que demora na aprovação de reformas também refletiu

Foto: Wilson Dias/EBC

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta semana, o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no ano passado. Os dados mostram que o país cresceu 1,1%, o que totaliza um montante de R$ 7,3 trilhões. O resultado é a terceira alta anual consecutiva, mas o desempenho é considerado o mais baixo em três anos. Em 2018, a projeção era um de crescimento de 2,55% no PIB para 2019.

Em entrevista ao programa No Ponto, da Tua Rádio São Francisco, a economista Maria Carolina Gullo explicou o motivo da diferença entre a expectativa no início do governo do presidente Jair Bolsonaro e o resultado divulgado pelo IBGE. Segundo ela, os fatores se concentram na tomada de um novo ciclo após 13 anos e nas promessas do governo federal em desburocratizar os processos econômicos. Com o andamento da administração, foi visualizada a dificuldade em aprovar algumas reformas, por exemplo, a da Previdência.

Gullo ainda ressalta que a forma de comunicação adotada por Bolsonaro influenciou nos indicadores, uma vez que o mercado econômico demorou a entender a linguagem do presidente. “Levou um tempo para o mercado se acostumar com o jeito do presidente Jair Bolsonaro, com a forma de se expressar e se comunicar. O empresariado demorou a compreender o que é passível de se levar em consideração naquela forma de conversar com a população. Os desgastes políticos ao longo do ano e a demora para aprovar as reformas minaram a expectativa que o empresariado tinha para 2019. ”

Com essa falta de compreensão, os investimentos efetuados pelo empresariado brasileiro foram baixos, conforme explica Gullo. “Quando há esse desgaste, o empresariado não sente necessidade e desejo de investir, não vislumbra melhorar seus negócios, aí ele não compra uma máquina nova, não muda o processo de produção e não contrata novas pessoas. Isso repercute no desempenho da economia. Sem essas ações, não há geração de emprego, não há renda, repercutindo sobre o consumo e afetando todo o sistema econômico. ”

De acordo com o IBGE, os consumos das famílias brasileiras também refletiram no baixo crescimento do PIB. Os números apresentam que o ano passado foi o resultado mais fraco desde 2016 (1,8%), ao contrário do ritmo de recuperação que vinha desde 2017. Gullo explica a causa dessa desaceleração. “Pelo lado do consumidor, lembramos que a inadimplência continua alta e as pessoas deixaram de consumir, ou porque perderam o emprego ou estão com os salários menores do que tinham antes, por isso precisam adequar o orçamento familiar para uma nova realidade. Isso acaba refletindo nesse patamar de 1,1%, que fechou no ano passado. ”

Para este ano, uma pesquisa divulgada pelo Banco Central, nessa última segunda feira (02/03), aponta que o PIB brasileiro tende a crescer 2,17%.

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