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“Podemos ter um aumento na mortalidade por câncer e outras doenças”, alerta especialista sobre dificuldade do diagnóstico em meio à pandemia

por Isadora Helena Martins

Segundo estudo da SBCO, mais de 50 mil brasileiros já deixaram de serem diagnosticados com câncer. O órgão indica zonas livres de Covid-19 para dar segmento aos tratamentos de outras patologias

Foto: Divulgação / EBC

A pandemia do novo coronavírus tem impactado de diversas formas no sistema de saúde. Além de ocasionar superlotação em hospitais, elevar o risco de contaminação de profissionais da área e trazer desafios para tratamento de pacientes com a Covid-19, a atual situação dificulta o diagnóstico e tratamento de outras doenças.

Um estudo realizado pelas Sociedades Brasileiras de Cirurgia Oncológica (SBCO) e Patologia apontou que mais de 50 mil brasileiros deixaram de ser diagnosticados com câncer, entre 11 de março e 11 de maio de 2020. O fato preocupa especialistas da área, já que o diagnóstico tardio significa menos chances de cura e tratamentos mais caros.

Em entrevista na Tua Rádio São Francisco, o cirurgião oncológico e presidente da Seccional-RS da SBCO, Dr. Lucas Feijó Pereira, salientou que no Brasil houve uma redução de 70% de cirurgias oncológicas no período analisado. “Em alguns locais onde há poucos hospitais, ou o atendimento é 100% SUS, a redução é ainda maior. Então, esses pacientes não estão sendo tratados, não estão sendo operados, e a doença não vai esperar, ela vai progredir e isso vai ter um resultado ruim nos prognósticos desses pacientes, o que é preocupante”.

O especialista ainda mencionou um estudo britânico que estima um aumento de 20% na mortalidade por câncer devido ao atraso nos diagnósticos. “Ano passado, a estimativa de mortalidade por câncer no Brasil foi de 224 mil casos. Se a gente tivesse esse aumento de 20%, como estimaram os britânicos, a gente teria 40 mil casos a mais de mortalidade por câncer no País”.

O medo de contaminação pelo coronavírus tem feito com que muitas pessoas deixem de buscar consultas médicas, mesmo sentindo sintomas. Esse comportamento também impacta na diminuição de diagnósticos de outras patologias. “O ideal seria que as pessoas continuassem procurando atendimento para fazer os diagnósticos, principalmente quem tem algum sintoma, se protegendo da melhor forma possível, usando máscaras e utilizando álcool em gel”. Pereira ainda destacou que a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica fez uma indicação para que sejam mantidas zonas livres de Covid-19, justamente para manter o atendimento e tratamento de pacientes com outras doenças, de uma forma mais segura. “Há a importância de manter alguns hospitais onde não estejam sendo tratados pacientes com Covid, justamente para esse temor da população diminuir um pouco. A gente não sabe até quando vai essa pandemia, então o impacto disso no tratamento oncológico pode ser ainda maior”.

Para acompanhar a entrevista completa com Dr. Lucas Feijó Pereira, clique AQUI.

 

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