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Campanha alerta contra o câncer de pele

por Felipe M. Padilha

Pesquisa aponta que 63% dos brasileiros não usam protetor solar de forma regular, no dia a dia

Incidência: neste ano, esperam-se, no Brasil, 175,1 mil novos casos de câncer de pele não melanoma
Foto: Valéria Loch/Divulgação/CR

Chegou a hora de se vestir de laranja para combater e prevenir o câncer da pele, o de maior incidência no Brasil e no mundo. Pelo terceiro ano consecutivo, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) lidera a campanha ‪#‎dezembrolaranja. O objetivo é alertar para os perigos de se expor ao sol sem controle. O Dezembro Laranja reforça a necessidade de atitudes fotoprotetoras de fácil execução no dia a dia do brasileiro, objetivando conter a alarmante ascensão do câncer de pele”, alerta o médico Emerson Lima, coordenador da ação.

Pesquisa inédita sobre o hábito de exposição solar do brasileiro, realizada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia em parceria com o Instituto Datafolha, revela que 106 milhões de pessoas se expõem ao sol de forma intencional nas atividades de lazer, o que representa 70% da população acima de 16 anos. Mais: 63% dos brasileiros (95 milhões) não usam protetor solar de forma regular, no seu dia a dia e 4% não se protegem de forma alguma do sol, nem quando estão na praia, piscina, cachoeira, rio ou lago.

“A pesquisa é importante para que possamos tomar iniciativas mais sólidas de prevenção ao câncer da pele afirma”, Sérgio Schalka, coordenador do levantamento. “Ainda temos grande parcela da população que não se previne adequadamente, precisamos reverter este quadro”, completa o dermatologista.

Dos entrevistados que têm filhos até 15 anos, 20% dessas crianças e adolescentes não se protegem de forma alguma nos momentos de lazer ao ar livre. Se a análise incluir as classes D/E, esse percentual sobe para 35%. “Os efeitos nocivos do sol, quer sejam sobre a saúde da pele quer sejam no envelhecimento, estão diretamente relacionados à intensidade da exposição solar desde a infância, sendo cumulativos e irreversíveis. Portanto, a prevenção tem que começar precocemente, na infância”, reforça Gabriel Gontijo, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Segundo a SBD, 4,5 milhões de brasileiros já tiveram câncer da pele. Este é o tipo de tumor que mais acomete o ser humano, no mundo. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que neste ano serão contabilizados cerca de 176 mil novos casos de câncer de pele do tipo não melanoma no Brasil.

A Sociedade Brasileira de Dermatologia orienta que as pessoas se examinem com periodicidade, consultando um dermatologista caso identifiquem uma pinta ou mancha suspeita (ver quadro). Também é importante que se examine familiares, pois muitas vezes os cânceres podem aparecer em regiões que não conseguimos ver sozinhos.

 

Melanoma, alta letalidade e baixa incidência

O câncer de pele do tipo não melanoma é o mais incidente entre todos os tipos de câncer nas regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste. Afeta mais as mulheres.

Segundo o Inca, em 2016, esperam-se, no Brasil, 94,9 mil novos casos nas mulheres e 80,8 mil novos casos nos homens. No público feminino, a maior prevalência é na região Sudeste: 134,19 casos a cada 100 mil mulheres. Já o público masculino apresenta 92,86 casos a cada 100 mil na mesma região. As mulheres se expõem mais ao sol por uma questão estética cultural, em busca de um corpo bronzeado”, observa Mônica de Mello, dermatologista.

As regiões Sul e Sudeste têm como característica populacional descendentes de imigrantes europeus com predominância de fototipos 1 e 2, ou seja, pele clara, olhos claros e cabelos claros, explica a médica. “Indivíduos com esses fototipos não se bronzeiam, mas se queimam com muita facilidade, por isso existe mais propensão de câncer de pele entre eles”, afirma.

“Em contrapartida, as regiões Norte e Nordeste são as maiores consumidoras de filtro solar, além de terem uma população com predominância dos fototipos 3 e 4, ou seja, cabelo escuro, olhos escuros e cor de pele mais escura, que bronzeia com facilidade e dificilmente se queima”, esclarece Mônica.

Melanoma - O câncer de pele melanoma tem elevada letalidade, porém, sua incidência é baixa. São 3 mil novos casos em homens e 2,6 mil novos casos em mulheres anualmente. As maiores taxas estimadas em homens e mulheres encontram-se na região Sul.

As chances de cura são de mais de 90% quando a lesão é diagnosticada precocemente. Isso porque, nos estágios iniciais, o melanoma se desenvolve apenas na camada mais superficial da pele, o que facilita a remoção cirúrgica e a cura do tumor. Este câncer também está muito ligado à hereditariedade, por isso, familiares de pacientes diagnosticados com a doença devem se submeter a exames preventivos regularmente.

Há diversas opções terapêuticas para o tratamento do câncer da pele não-melanoma, tais como radioterapia, quimioterapia, imunoterapia e as medicações orais e atópicas. O tratamento varia conforme o tipo e a extensão da doença. Já no caso do melanoma, o tratamento leva em conta a extensão, agressividade e localização do tumor. As modalidades mais utilizadas são as cirúrgicas e medicações orais.

 

Protetor deve ser usado todo dia

O câncer de pele, ao contrário de outros, pode ser prevenido na maioria dos casos com o uso de chapéus, camisetas e protetor solar. Também recomenda-se evitar a exposição solar entre 10h e 16 horas, quando a radiação incide de maneira mais intensa.

O protetor solar deve ser usado diariamente, em todas as estações do ano, mesmo em dias frios e nublados, e não somente em horários de lazer ou diversão. É importante que o produto proteja contra radiação UVA e UVB e tenha um fator de proteção solar (FPS) 15, no mínimo. A reaplicação deve ser realizada a cada duas horas em atividades de lazer ou profissionais ao ar livre ou a cada quatro horas no dia a dia, para quem trabalha em ambientes mais fechados.

Artificial - As câmaras de bronzeamento artificial por motivações estéticas são proibidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária desde dezembro de 2009. Elas trazem riscos comprovados à saúde e foram reclassificadas como agentes cancerígenos pela Organização Mundial de Saúde. A prática de bronzeamento artificial antes dos 35 anos aumenta em 75% o risco de câncer da pele, além de acelerar o envelhecimento precoce e provocar outras dermatoses.

Já o bronzeamento a jato é seguro e aprovado pela agência reguladora. O procedimento é feito com produto à base de DHA (dihidroxiacetona) e aplicado sobre a pele com uma pistola conectada a um compressor. Os autobronzeadores também são inofensivos à saúde e não representam risco para o câncer de pele.

 

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