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Sífilis: ação busca reduzir transmissão congênita

por Felipe M. Padilha

Incidência da doença em bebês praticamente triplicou em meia década

Teste rápido: disponível no Sistema Único de Saúde, o exame é solicitado na primeira consulta do pré-natal
Foto: Governo do RS/Divulgação/CR

Ministério da Saúde revela que o Brasil enfrenta uma epidemia de sífilis, doença sexualmente transmissível (DST). Conforme o último boletim epidemiológico do governo, entre junho de 2010 e 2016, foram notificados quase 230 mil casos novos da doença. O relatório ainda indica que a transmissão de gestantes para bebês é atualmente o principal problema.

No ano passado, a cada mil bebês nascidos, 6,5 eram portadores de sífilis. Em 2010, esse número era de 2,4 bebês em cada mil nascimentos. Ou seja, a incidência da sífilis congênita praticamente triplicou em meia década.

Diante das estatísticas alarmantes, o Ministério da Saúde lançou uma ação de combate à sífilis congênita (passada da mãe para o bebê), cujo objetivo é aumentar a detecção da doença no início do pré-natal, encaminhando a paciente para o tratamento com penicilina. Uma carta-compromisso foi assinada pelo órgão e 19 associações e conselhos de saúde.

A sífilis pode ser diagnosticada por meio de testes rápidos disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), ou exame de sangue na rede privada. Para as gestantes, o procedimento é pedido já na primeira consulta de pré-natal. “Um grande desafio é o início precoce, já que culturalmente as mulheres tendem a procurar o médico apenas quando a barriga aparece, o que diminui as chances de cura da sífilis para a mãe e facilita a transmissão da doença para o bebê”, explica a diretora do Departamento de HIV, Aids e hepatites virais do Ministério da Saúde, Adele Benzaken.

As ações deverão durar por pelo menos um ano. Além do incentivo ao pré-natal ainda no primeiro trimestre da gestação e da administração da penicilina benzatina, a campanha prevê uma ampliação do diagnóstico da doença e do tratamento para a gestante e o parceiro. O ministério diz que também deverá organizar ações para qualificação dos gestores e profissionais da saúde. Um manual para os médicos e funcionários do SUS foi lançado.

Segundo o Ministério da Saúde, todos os tipos de sífilis - adulto, em gestantes e congênitas (em bebês) têm aumentado. Entre os anos de 2014 e 2015, os registros aumentaram 32,7%, 20,9% e 19%, respectivamente.
No ano passado, o número total de casos notificados de sífilis adquirida no Brasil foi de 65.878.  No mesmo período, a taxa de detecção foi de 42,7 casos por 100 mil habitantes e a maioria são em homens.

Em gestantes, no ano de 2015, a taxa de detecção da sífilis foi de 11,2 casos de sífilis a cada 1.000 nascidos vivos, considerando o total de 33.365 casos da doença. Com relação à sífilis congênita, em bebês, no mesmo ano, foram notificados 19.228 casos da doença - taxa de incidência de 6,5 por 1.000 nascidos vivos.

 

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A doença - A sífilis é uma doença causada pela bactéria Treponema pallidum.  Na fase primária se manifesta por meio de ulcerações nos órgãos genitais, lesões endurecidas e indolores. Na secundária, ocorrem lesões avermelhadas em mãos, pés, mucosa oral, além de febre, mal-estar e dor de cabeça. Já a terciária, o último estágio, apresenta comprometimento do sistema nervoso central, sistema cardiovascular e ossos.

Transmissão - Pode ser transmitida durante a relação sexual, por transfusão de sangue contaminado ou da mãe infectada para o bebê durante a gestação ou o parto.

Tratamento - No geral, o tratamento é realizado com antibióticos e deve estender-se aos parceiros sexuais. A dosagem varia de acordo com o estágio da doença.

Consequências da sífilis congênita - A sífilis congênita pode se manifestar durante a gestação, logo após o nascimento ou nos primeiros dois anos da criança. Na maioria dos casos, os sinais e sintomas estão presentes já nos primeiros meses. Ao nascer, a criança pode ter pneumonia, feridas no corpo, cegueira, dentes deformados, problemas ósseos, surdez ou deficiência mental. Em alguns casos, a sífilis pode ser fatal.

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