Procuradora gaúcha afirma que indicado à chefia da PGR não apresentou projetos para a categoria
Baixar ÁudioAugusto Aras vai passar por uma sabatina no dia 25 de setembro, no Senado Federal
O presidente Jair Bolsonaro ao escolher Augusto Aras para o cargo de procurador-geral da República (PGR) criou um desconforto com profissionais do Ministério Público Federal (MPF). Isso porque o indicado não estava na Lista Tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), que é um processo seletivo, iniciado em 2001, para a escolha do próximo gestor da instituição. A atitude do líder do Governo Federal gerou protestos no dia 09 de setembro em todo o Brasil, uma vez que a lista garante a democracia dentro do órgão e promove sua independência política. O Rio Grande do Sul (RS) acolheu as manifestações dos integrantes do MPF na sede da Procuradoria da República, em Porto Alegre.
(Ouça a entrevista abaixo do título da matéria)
Em entrevista para a Tua Rádio São Francisco, a procuradora e delegada suplente da ANPR no RS, Letícia Carapeto Benrdt, explica que a indicação pelo ministério também garante uma escolha técnica, ausentando interesses políticos na recomendação.
Na Constituição Federal consta que o presidente não necessita seguir a escolha da associação. Porém, Letícia reitera que a lista é elaborada a partir da apresentação de projetos e propostas para o órgão, passando por debates até chegar à eleição social e interna para indicar quem vai chefiar a PGR. Pela falta desse processo, ela afirma que não consegue realizar uma avaliação de Augusto Aras, pois ele ausentou-se das conversas com os representantes do ministério. Essa atitude prejudica, no entendimento dos procuradores, a compreender como atua o indicado por Bolsonaro.
Mesmo com o descontentamento da categoria, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) efetuou, nesta semana, parecer favorável a indicação de Aras para chefiar a Procuradoria da República. Agora, o subprocurador vai passar por uma sabatina na próxima quarta-feira (25/09). Letícia espera que o Senado Federal realize um debate com aprofundamento técnico a fim de conhecer as reais intenções do escolhido ao cargo.
Um dos fatores para Jair Bolsonaro não seguir a Lista Tríplice é a tentativa de recomendar alguém alinhado ideologicamente com o governo. A escolha de Augusto Aras saiu de um grupo que passou pela sabatina com o presidente.
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