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Caxiense relata falta de assistência do sistema público de saúde durante período de isolamento após confirmação da Covid-19

Baixar Áudio por Isadora Helena Martins

A professora Fernanda Scariott afirmou que ela e o marido tiveram confirmação da doença, mas não receberam assistência durante isolamento. Além disso, relatou que a amiga buscou oito vezes atendimento com sintomas gripais até obter prescrição para exames.

Foto: Divulgação / Agência Brasil

A caxiense Fernanda Scariott e seu marido receberam a confirmação de que haviam contraído o coronavírus no início do mês de julho. Ambos foram atendidos no Hospital Pompéia pelo sistema privado, já que possuem plano de saúde. Conforme Fernanda, ainda no hospital eles foram informados de que a Secretaria da Saúde entraria em contato para fazer o monitoramento. “Isso não aconteceu, em todo o período de isolamento nós ficamos completamente desassistidos pela Secretaria da Saúde. A nossa UBS é a do Cristo Operário e nós não recebemos ligação nenhuma. Inclusive no Pompéia nos pediram o nome das pessoas que tiveram contato conosco neste período, relatamos que nossos sobrinhos tinham estado aqui em casa e que precisavam de uma testagem, mesmo assim ela não aconteceu. Quando nós saímos do isolamento no 15º, 16º dia, a UBS nos ligou e eu coloquei essa situação e eles nos falaram que não tinham obrigação nenhuma de ter nos ligado, que eles tinham acabado de receber o e-mail com os nossos nomes e que essa ligação tinha que ocorrer do 14º dia pra frente”.

Fernanda também relatou à Tua Rádio São Francisco que, tentou por diversas vezes entrar em contato com a Vigilância Epidemiológica, porém não foi atendida: “Eu liguei mais de 20 vezes pra Vigilância Epidemiológica enquanto estávamos em casa. Nós não tivemos a forma mais grave da doença, mas tivemos a perda do olfato e do paladar, febre, cansaço e dor pelo corpo, ficamos de cama. Eu tentei buscar junto à Vigilância Epidemiológica alguma ajuda e uma resposta pra esse não monitoramento, mas ninguém nos atendeu”, salientou.   

Após estar curada da doença, Fernanda passou a prestar assistência para uma amiga, que também reside em Caxias do Sul e que, em meados de julho, começou a apresentar sintomas da Covid-19. “No dia 15 de julho ela procurou a UBS do Bela Vista com sintomas de síndrome gripal, foi atendida, recebeu a Azitromicina e foi orientada a ficar em casa. No dia 17 ela teve uma piora no quadro clínico, voltou a buscar atendimento e foi novamente orientada a ficar em casa e esperar”.

Após as duas consultas, Fernanda relatou que sua amiga foi outras quatro vezes até a UBS e uma vez à Unidade de Pronto Atendimento Central, pois os sintomas se agravavam, mas nenhum exame era solicitado. Apenas na oitava consulta foram solicitados exames de sangue, raio-x do pulmão e teste da Covid-19, além da prescrição do Tamiflu. Porém, o medicamento e nem o teste para a doença foram disponibilizados pelo SUS. Conforme Fernanda, a situação ainda tinha agravante, pois a mulher a qual acompanhou, de 43 anos, tem histórico de hipertensão.

 

Pacientes devem ser monitorados durante isolamento

Conforme a Diretora das Vigilâncias em Saúde de Caxias do Sul, Andréa Dal Bó, os pacientes que procuram atendimento na rede pública com síndrome gripal ou aqueles que têm a confirmação da doença, entram para o sistema de monitoramento e devem ser contactados ainda durante o período de isolamento. “Todo o paciente com síndrome gripal é monitorado pela atenção básica. Isso vai depender se a pessoa tem mais de 60 anos ou tem comorbidades, se isso acontece, a pessoa é monitorada 24 horas, senão, é monitorada 48 horas. Quando temos o diagnóstico do Covid, nós encaminhamos esse resultado para a UBS e ela inicia esse monitoramento. A Vigilância Epidemiológica liga uma vez, não para monitoramento, mas para uma investigação do caso, para saber sobre os sintomas e também para obter os dados dos contactantes do paciente a fim de garantir o isolamento”.

Sobre o protocolo de testes, Andréa explicou que no momento, no Sistema Único de Saúde só recebem prescrição de teste PCR as pessoas que se enquadram nos critérios estipulados pelo Estado. “Seriam gestantes, puérperas, profissionais da saúde, de segurança pública, da Assistência Social com atenção à criança e ao adolescente, e profissionais do transporte coletivo ou transporte de carga”.  Ela ainda afirmou que os critérios de testes devem ser ampliados nos próximos dias por meio do projeto Testar RS. “Nós estamos aguardando a chegada dos insumos para a realização desses testes e uma reunião com o governo do Estado para as orientações. Vai ser ampliado para os contactantes assintomáticos de profissionais da saúde ou funcionários de instituições de longa permanência de idosos. E tem um grupo, que o Estado vai ainda implantar, que seriam todos os casos de síndrome gripal”, explicou.

Ouça a notícia no link acima da foto. 

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