O prefeito em exercício de Porto Alegre Sebastião Melo anunciou na manhã desta segunda-feira, 1º, que irá decretar situação de emergência na Capital devido à tempestade da última sexta-feira, 29. A decisão foi tomada durante reunião do Comitê Gestor de Primeira Instância e o documento está sendo redigido pela Procuradoria-Geral do Município. A medida permite agilizar as providências necessárias à reconstrução da cidade. 

Durante a reunião, realizada no Centro Integrado de Comando da Cidade de Porto Alegre (Ceic), Melo também criou um grupo de trabalho para elaborar o dossiê da devastação da cidade. O relatório será utilizado para ter uma dimensão mais exata dos prejuízos financeiros e danos provocados pelo temporal.

Melo determinou, mais uma vez, prioridade máxima dos trabalhos nas estações de bombeamento do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) que ainda estão sem energia para que a água chegue a todos os pontos da cidade. As seis estações de tratamento de água estão operando normalmente. Porém, o serviço ainda não foi reestabelecido em 20% das residências. Caminhões-pipa abastecem hospitais que seguem com problemas. 

O secretário estadual de Minas e Energia, Lucas Redecker, e o presidente da CEEE, Paulo de Tarso, também participaram da reunião e garantiram que os esforços seguem concentrados no reestabelecimento total dos serviços nos hospitais e estações de bombeamento de água. 

Após o relato de que alguns equipamentos, como motosserras, estão apresentando fadiga devido ao uso intenso, iniciativa privada, voluntários e gestores de órgãos do governo estadual e de outras prefeituras ofereceram operadores e aparelhos para serem utilizados no corte das árvores que estão sobre a fiação elétrica. Somente um fabricante de motosserras está emprestando 20 aparelhos e fornecendo peças de reposição, manutenção e instrutores para orientar a utilização.   O Corpo de Bombeiros de Santa Catarina e a Prefeitura de Novo Hamburgo enviaram nesta segunda-feira à cidade uma reserva de 30 mil litros de água potável cada. 

A destruição registrada em Porto Alegre na sexta-feira, compara-se aos danos causados por um furacão de categoria 1 (o mais leve), segundo meteorologistas do Sistema Ceic/Metroclima. Ainda de acordo com o Sistema Ceic-Metroclima, os ventos atingiram 119,5 km/h no Jardim Botânico e, pela violência e longa duração (quase uma hora), a tempestade foi uma das mais intensas das últimas décadas.