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Gilmar Marcílio: a simplicidade de ser feliz

Baixar Áudio por Isadora Helena Martins

O escritor e filósofo caxiense foi o entrevistado do programa Conectado Perfil, na manhã deste sábado

Foto: Isadora Martins

"A ideia que tenho de felicidade sempre esteve ligada ao silêncio. Os anos de infância, passados em um sítio, despertaram em mim a vontade de contemplação. O musgo que lentamente vai abraçando uma planta, as despedidas líricas de cada crepúsculo, um córrego espelhando a lua. Cresci afastado dos ruídos, tecendo paisagens onde a lentidão parecia ser o ritmo natural da existência, a que todos se submetiam com discreta alegria". Esse trecho, contido no livro “A elegância do silêncio”, do filósofo e escritor caxiense, Gilmar Marcílio, revela sua visão que enaltece as coisas simples da vida.

Durante o programa Conectado Perfil deste sábado (15), Gilmar compartilhou suas lembranças da infância, percepções pessoais e sua trajetória profissional como filósofo, escritor e curador de arte.

Ouça o programa completo no link abaixo da foto. 

Gilmar Marcílio nasceu em São Virgílio da 6ª Légua, no interior de Caxias do Sul, em 12 de novembro de 1961. Filho de João Marcílio e Anna Bridi Marcílio, ele também tem uma irmã, Salete Marcílio. Gilmar cresceu na propriedade da família, na qual reside até hoje. Ele atribui sua personalidade e seu equilíbrio emocional ao contato com a natureza e com o silêncio que obtém na chácara.

Mas, segundo Gilmar, o contato direto com as outras pessoas nos espaços de convivência do dia a dia, também são fundamentais para a autoconstrução como ser humano. “Eu gosto da intimidade que uma casa proporciona. Mas, eu penso que, na medida em que a gente tem na rua, nos cafés, nos teatros, nos restaurantes e no cinema um ponto de convergência com o outro a vida se torna muito mais rica, porque a gente é desafiado para o diferente”.  

 

Paixão pela filosofia

O contato de Gilmar com a filosofia começou muito cedo, quando ainda era criança. “A minha irmã gostava muito de livros de romance e filosofia. Ela teve o bom senso de, quando eu tinha 12 ou 13 anos, me dar revistas de fotonovela, que eu adorava, junto com livros de filosofia. O primeiro livro de filosofia que eu li foi o Nietzsche ‘Além do bem e do mal’. Muito provavelmente eu não entendi nada, mas alguma coisa ficou no meu inconsciente porque aquilo abriu uma fresta, um fulcro de luz que nunca mais se ausentou”.   

Depois desse despertar, Gilmar se formou em Filosofia, na Universidade de Caxias do Sul. Como um conhecedor dos grandes pensadores da história da humanidade, o escritor defende que não basta apenas ter o título de filósofo, mas que é preciso aplicar os conhecimentos na prática do dia a dia. “’Vale lembrar que um dos grandes mestres, o Sócrates, não deixou nenhum texto escrito, mas ele passava todos os dias dele nas ágoras, nas praças públicas gregas, ensinando aos jovens ética, moral, comportamento, como os políticos deveriam agir. Então todas essas questões que nos parecem contemporâneas, elas permeiam o ser humano”.

Gilmar também revelou que em novembro deste ano vai lançar um livro que traz os principais pensamentos dos grandes filósofos da história da humanidade, com uma linguagem simples e acessível a todos, mesmo àqueles que não são da área da filosofia.

 

O contato com as artes

Além de filósofo, Gilmar Marcílio também é escritor. Desde de 1998 escreve crônicas e textos para jornais da cidade. Ele possui sete livros publicados: Frutos Ardentes (2005), O Menino que Perdeu a Alma (2007), O Mundo é o que é (2009), A Vida Sem Manchete (2011) e Querer sem Medida (2011), Tempos Felizes (2012) e A Elegância do Silêncio (2018).  

Mas, Gilmar não permeia apenas pelo mundo da literatura. Ele também é diretor da Galeria Municipal de Arte Gerd Bornheim, localizada junto à Casa da Cultura e da Sala de Cinema Ulysses Geremia, que fica no Centro de Cultura Dr. Henrique Ordovás Filho. Gilmar é responsável pela curadoria de todas as obras que são exibidas nesses espaços.

Outro projeto recente desenvolvido pelo escritor e filósofo é o seu canal no Youtube, “Feliz Assim”. As publicações dos vídeos ocorrem todos os sábados, nos quais Gilmar trata sobre assuntos do cotidiano de forma espontânea e com uma linguagem fraterna. Ele também está presente no Facebook com a publicação de suas crônicas e no Instagram onde apresenta frases avulsas e fragmentos de seus textos. Mesmo aderindo a esses recursos, Gilmar deixa claro que tem resistência na utilização das redes sociais, principalmente no que diz respeito à exposição da vida pessoal. Mas, ressalta que esses canais também são formas de contemplar as pessoas que acompanham seu trabalho e se aproximar de um novo público. “Se temos que dizer algo que possa contribuir com o outro, maravilha. Senão, viver sem ser testemunhado também é um bom exercício”.      

 

 

 

 

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