Prefeito de cidade brasileira que faz divisa com a Venezuela diz que necessita de apoio do governo Federal
Juliano Torquato afirma que esperava ajuda de Bolsonaro de forma mais efetiva para as áreas de segurança, saúde e infraestrutura
Foto: Divulgação
Com a intensificação da crise humanitária na Venezuela, a cidade brasileira de Pacaraima, localizada no estado de Roraima, tem enfrentado dificuldades nos setores básicos como saúde, educação e segurança. A situação tem se gravado com o tempo, pois a cidade que faz fronteira com a Venezuela recebe uma média de 800 imigrantes por dia, que vem para o Brasil em busca de alimentos, atendimento e tratamento médico, além de fugir da violência da repressão da ditadura de Nicolás Maduro.
Conforme o prefeito de Pacaraima, Juliano Torquato, o auxílio do governo Federal não corresponde à demanda crescente da cidade, que precisa atender um número muito maior de população. “Temos tido diálogo com todos os ministérios, com a Casa Civil, com representantes do presidente Bolsonaro, deputados e senadores de Roraima para buscar soluções. Mas, infelizmente devido a todo esse início de mandato, de o governo Federal estar se adequando, algumas coisas não saindo no tempo que a gente necessita. Então, acaba que alguns setores ficam prejudicados como a questão da infraestrutura”, salienta.
De acordo com o prefeito, a pulação da cidade que era de cerca de 15 mil habitantes, aumentou de 30% a 40% desde o início do fluxo migratório. Esse fator ocasiona um cenário preocupante como a concentração de mais de 600 pessoas morando nas ruas. Ele também salienta que há dias em que 1200 pessoas chegam a cruzar a fronteira, a maioria de passagem para se instalar em outros países.
Segundo Torquato, a maior dificuldade de Pacaraima atualmente é a segurança. “Os índices de criminalidade cresceram muito, tivemos furtos, homicídios. A questão das leis atrapalha as forças de segurança de atuarem. E aí infelizmente aquelas pessoas vem buscar melhores condições de vida aqui no país e sempre há aqueles que se aproveitam e se infiltram em meio à multidão e acabam correndo essa questão de furtos e assaltos. Estamos falando com as autoridades para que revejam de alguma forma criar um mecanismo para que possam impedir essas pessoas de causarem esses desconfortos e evitar no futuro uma situação pior”.
Investimentos na educação, saúde e infraestrutura são outras estratégias do Executivo de Pacaraima para tentar controlar a situação que deixa a sociedade em situação de vulnerabilidade com o aumento do fluxo de pessoas, que muitas vezes, adentram no município sem condições de sobrevivência. "Temos um cronograma de investimentos e melhoras na educação. Também estamos prestes a inaugurar uma nova UBS para ampliar o atendimento. Mas, o nosso maior gargalo é a segurança em que pretendemos fazer uma força-tarefa juntamente com as forças da cidade de Santa Elena de Uairén, cidade venezuelana que faz fronteira com o Brasil".
Confira aqui a entrevista completa, que o prefeito de Pacaraima, Juliano Torquato, concedeu à Tua Rádio São Francisco.
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