Após uma safra com resultados muito abaixo das expectativas os produtores rurais de Soledade já trabalham no preparo do solo visando o plantio do trigo que começa, conforme o zoneamento agrícola, no mês de junho, evidentemente de olho na situação climática da região.

Na visão do engenheiro agrônomo da Emater, escritório de Soledade, Roger Terra de Moraes, este é o momento em que o agricultor planeja sua safra de inverno e safras futuras, providenciando o preparo e as devidas correções no solo, além de curvas de níveis no intuito de conter a corrosão e a perda dá agua.

Outro fator determinante, segundo o engenheiro, é o plantio das forrageiras, plantas que irão fazer a cobertura do solo, melhorando a estrutura química e física do mesmo, com isso já preparando a próxima safra de verão.

Especificamente sobre os cultivos de inverno, Roger informou que muita aveia já foi plantada, no entanto, em algumas lavouras umas não germinaram e outras nasceram, mas tiveram um desenvolvimento muito pequeno em virtude da falta de umidade no solo, pois as precipitações nos meses de janeiro a abril não contribuíram para o acúmulo de água no solo e nos lençóis freáticos. Para se ter uma ideia em janeiro choveu 120mm, fevereiro 20mm, março 20mm e abril 30mm, por isso é que ocorreram os problemas nas pastagens nativas e cultivadas de verão e agora com as de inverno.    

É de conhecimento de todos de que deve haver umidade suficiente para realizar qualquer tipo de plantio e para isso a chuva se faz extremamente necessária, no entanto é preciso preparar a terra com pelo menos um mês de antecedência ao processo de semeadura, garantindo com isso um terreno ideal para a boa germinação, e é necessário estar ciente ainda de que é essencial realizar a análise do solo e fazer a correção dele com calcário, fertilizante ou ambos.

Roger foi enfático em dizer que as últimas ocorrências de chuvas são insignificantes para melhorar os níveis de rios e açudes, porém para as pastagens, para os cultivos e para elevar a umidade do solo, foi muito importante e significativa para um bom estabelecimento destas culturas de inverno.

“A volta da normalidade na precipitação pluviométrica trará alento aos moradores do interior, onde muitas famílias dependem de nascentes de olhos d’água para o seu consumo diário”, finalizou.

Ouça a entrevista com Roger Terra de Moraes no player de áudio acima.