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Secretaria da Saúde de Soledade não vê sobrecarga nos atendimentos e aposta na conscientização da população

Baixar Áudio por Nayam Franco

Para Secretaria, população precisa entender protocolos de prioridades em atendimentos

Foto: Divulgação

A Secretaria Municipal da Saúde se manifestou em relação ao excesso de atendimentos que vem sendo registrados no Hospital Frei Clemente em Soledade, em especial, casos de atendimentos eletivos/de consultas em atenção básica.

Para a Secretaria da Saúde de Soledade, Edinara França, a comunidade tem de entender melhor o que significam os protocolos usados pela Secretaria e pelo Hospital Frei Clemente, classificando pacientes conforme a sua condição e tipos de atendimentos, emergentes, urgentes ou eletivos.

“Muitas pessoas com atendimentos eletivos procuram o hospital sendo que poderiam esperar. Um exemplo é a pediatria, são quatro pediatras que atendem 30 crianças por dia cada e mesmo assim se você passar na emergência do hospital vai ter muita criança para ser atendida lá. É uma cultura da população buscar o hospital”, revelou Edinara.

Segundo ela, a Secretaria da Saúde dispõe de atendimento médico em todas as unidades e no SUS Central das 7h às 17h, de segunda à sexta-feira sendo ainda que há o atendimento do terceiro turno, entre 18h e 22h, no Centro Clínico ao lado do Hospital Frei Clemente.

“Não existe pronto atendimento eletivo em sábados e domingos, Soledade não tem uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) para ficar aberta 24h de domingo a domingo, mas tem casos eletivos que podem aguardar tem que procurar as unidades de saúde. Tem pessoas que chegam no hospital à 1h da manhã de sábado dizendo que está com dor de garganta há três dias, são casos como esse que precisam ser remanejados”, contou a secretária. No último fim de semana, dos 260 atendimentos no Hospital Frei Clemente, apenas 60 eram urgência ou emergência.

França ainda explicou que que o Hospital Frei Clemente tem convênio para atender apenas casos de urgência e emergência em seu Pronto Atendimento e por isso, reuniões para definir qual será a melhor saída para esse excesso de trabalho gerado ao plantão da casa de saúde. Para a secretária, “ficar apontando o erro não resolve o problema, o problema é resolvido se todos os poderes se ajudarem, apontar o dedo não vai resolver nada”.

Uma reunião deverá ser formalizada entre hospital, Secretaria da Saúde e os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Edinara França ainda avaliou que três medidas podem ser adotadas a partir de agora, que serão sugeridas pela Secretaria nesta reunião.

A primeira delas é a conscientização da população. “Para que as pessoas saibam o que é uma emergência, uma urgência e uma consulta em atenção básica, uma suspeita de um AVC, por exemplo, é muito mais grave que uma pessoa que está com vômito e diarréia, muito mais grave. Eletivas podem aguardar até 4 horas segundo o protocolo, então é o primeiro passo, explicar para a população qual a diferença das cores e quanto tempo essas pessoas podem aguardar”, disse.

Já o segundo passo seria potencializar as pessoas que fazem essa triagem. “O atendimento no hospital envolve uma equipe, e não só o médico. É preciso selecionar os casos que terão acesso ao hospital. O hospital é para urgências e emergências. Precisamos envolver mais a equipe e deixar claro para as pessoas qual é o seu tipo de atendimento, mesmo que seja colocando adesivos, crachás nas pessoas com o grau de urgência”, explicou.

Por fim, o terceiro caso é pensar em aumentar o atendimento, que para ela, ainda não é uma necessidade vista pela Secretaria. “Podemos pensar que sim, se estiver de fato sobrecarregado o hospital, talvez precise se potencializar os atendimentos, mas eu penso que no momento que as pessoas entenderem a triagem, os atendimentos já vão diminuir no hospital. Nas unidades de saúde os atendimentos eletivos não estão sobrecarregados”, finalizou a secretária.

O Protocolo de Manchester

O Protocolo de Manchester é um dos métodos mais utilizados no mundo todo, que permite a identificação de prioridade e a definição do tempo alvo recomendado até a avaliação médica caso a caso.

E como ele funciona?

O Protocolo de Manchester consiste em uma triagem de classificação de risco, na qual a gravidade dos casos é determinada por cores. Os profissionais de saúde responsáveis devem realizar uma avaliação sobre o quadro clínico em que o paciente se encontra para colocar nele uma pulseira com a cor correspondente à gravidade do caso. Nesta etapa não se deve buscar um diagnóstico, somente a identificação do risco daquele quadro. Essa triagem é feita por um profissional de nível superior, Médico ou Enfermeiro, que possua boa comunicação, capacitação e conhecimento clínico.

O método classifica os pacientes por cores com base em sinais e sintomas, conforme segue:

VERMELHO: EMERGÊNCIA

É destinada aos pacientes que se encontram em estado gravíssimo e com risco de morte, os quais necessitam de atendimento imediato, como quadros de queimadura em mais de 25% do corpo, problemas respiratórios, dor no peito relacionada à falta de ar, crises de convulsão, trauma cranioencefálico, tentativa de suicídio, parada cardiorrespiratória, hemorragias incontroláveis, entre outros.

LARANJA: MUITO URGENTE

Essa cor é para casos considerados muito urgentes e com risco significativo de morte. O tempo de espera aproximado é de até 10 minutos. Abrange casos, como arritmia cardíaca sem apresentação de sinais de instabilidade, cefaleia intensa com rápida progressão, dores severas, etc.

AMARELO: URGENTE

Abrange os casos urgentes de gravidade moderada com necessidade de atendimento médico, mas sem riscos imediatos. O tempo médio de espera é de até 60 minutos e classifica casos, como desmaios, dor moderada, vômito intenso, crises de pânico, hemorragia moderada, picos de hipertensão, alteração dos sinais vitais, entre outros quadros clínicos.

VERDE: POUCO URGENTE

A cor verde é para casos considerados menos graves. O tempo de espera pode ser de até 2 horas e abrange pacientes com dores leves, torcicolo, enxaqueca, estado febril sem a presença de alterações vitais, resfriados e viroses, náuseas e tonturas, hemorragia controlada, asma não diagnosticada como quadro de crise, etc.

AZUL: NÃO URGENTE

Por fim, a cor azul representa a classificação mais simples para casos que o paciente pode aguardar atendimento ou ser encaminhado para outra unidade de saúde. O tempo de espera pode ser de até 4 horas e envolve pacientes com queixas de dores crônicas, aplicação de medicação com receita, troca de sondas, entre outros.

O Protocolo de Manchester é um dos métodos de triagem mais eficazes do mundo, pois ele permite que os atendimentos em hospitais sejam realizados de maneira muito mais rápida e eficaz, de acordo com a real necessidade dos pacientes, de forma justa e com tratamento imparcial para todos.

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