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Ação da Polícia Civil gaúcha desarticula quadrilha que furtava cargas de grãos no Rio Grande do Sul

por Rudimar Galvan
Um dos caminhões apreendidos pela Polícia Civil.
Foto: Divulgação/PC

Um carregamento de 39 toneladas de arroz furtado, avaliada em R$ 120 mil, foi recuperado na manhã desta terça-feira durante uma operação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de São Luiz Gonzaga. A ação foi direcionada contra uma organização criminosa que atua há mais de cinco anos na região Sul do Brasil com o furto de cargas de grãos de soja e arroz, causando prejuízos que superam os bilhões de reais. 

Entre as vítimas estão cooperativas agrícolas e pequenos silos. O grupo criminoso investia o dinheiro obtido de modo ilícito na compra de veículos, caminhões e imóveis na região de Ijuí e Cruz Alta, onde estava sediado. Nove criminosos foram presos pelos crimes de furto qualificado mediante fraude e organização criminosa. Mandados judiciais foram executados em empresas e casas de suspeitos nas duas cidades.

A operação foi antecedida com o monitoramento desde o último domingo dos investigados enquanto preparavam um caminhão que seria usado em mais um desvio de mercadoria. Na segunda-feira, o veículo foi acompanhado quando se deslocava para Pelotas, onde entrou em uma empresa e foi carregado com as 39 toneladas de arroz, que deveriam ser entregue no Maranhão. Logo no início do trajeto, a carreta alterou a rota e rumou no sentido de Cruz Alta. 

Na madrugada de terça-feira, a ação policial foi então deflagrada para surpreender os bandidos. Além dos agentes da Draco de São Luiz Gonzaga, a operação teve apoio da Polícia Rodoviária Federal, Brigada Militar e do 1° Batalhão Rodoviário da BM. Os criminosos foram presos no momento em que a carga de arroz era descarregada pelos criminosos em Cruz Alta. A mercadoria seria comercializada com notas frias.

O trabalho investigativo apurou que os líderes do grupo utilizavam “laranjas” para registro dos caminhões e montavam empresas de fachada para obter as notas de frete, documento que autoriza a retirada de cargas nas empresas, além de contratarem motoristas com “nome limpo”. Os caminhoneiros recebiam as notas de frete e os veículos, sendo esses muitas vezes com placas clonadas. Depois, os motoristas retiravam as cargas e saíam na direção do destino, conforme registrado na nota de frete. Segundo os policiais civis, em dado ponto do trajeto, integrantes da quadrilha indicavam onde os motoristas deveriam desembarcar as cargas ou deixar o veículo carregado em algum ponto.

A organização criminosa preferia sempre cargas com destinos distantes e realizava o desvio diário de três ou quatro vezes em cooperativas e empresas diferentes. Muitos carregamentos eram levados ao pátio fechado de uma empresa de guincho em Cruz Alta, de propriedade de um dos integrantes da quadrilha. No local, os grãos eram descarregados. Já as carretas eram desengatadas do “cavalinho” original e acopladas a outro, sendo trocadas as placas. A mercadoria seguia então para um comprador conseguido pelos criminosos.

Havia a emissão de notas para “esquentar” as cargas, sendo os documentos emitidos em nome de propriedades rurais perto de Cruz Alta e Ijuí, simulando que foram produzidos nelas. Os agentes da Draco de São Luiz Gonzaga descobriram, por exemplo, que as cargas de arroz invariavelmente tinham como destino uma empresa localizada próximo da Região Metropolitana de Porto Alegre, sendo entregues para uma empresa especializada na comercialização do produto.

As investigações, em conjunto com a DP de São Miguel das Missões, prosseguem com o objetivo de identificar e prender os demais integrantes da quadrilha e qual o patrimônio auferido pelo grupo criminoso visando posterior ressarcimento das vítimas.

Central de Conteúdo Unidade Tua Rádio Cacique

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